É preciso abrir espaço na vida para a maternidade

É preciso abrir espaço na vida para a maternidade

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:32

No afã de se tornar uma pessoa realizada e bem-sucedida, não é de hoje que a mulher vem se dedicando de corpo e alma à vida profissional. Considerada competente, pró-ativa e orientada para resultados, sente que conquistou seu espaço no mercado de trabalho e, portanto, pode respirar aliviada. Com a carreira nos trilhos, a mulher passa a achar que chegou a hora de realizar o antigo sonho da maternidade. "Quem já passou por isso, no entanto, sabe que tomar a decisão de engravidar nem sempre é fácil. Equilibrar-se nos papéis de mãe e profissional é um dos principais desafios da mulher", defende a psicóloga Luciana Leis.

A seguir a especialista relaciona algumas atitudes que podem auxiliar a mulher que deseja ser mãe:

1) Planeje a gravidez ? levando-se em consideração o local em que se trabalha, é possível planejar a gravidez e comunicar a decisão à empresa com antecedência. Esta é uma das maneiras eficientes de evitar eventuais conflitos. É possível tirar a licença-maternidade num momento mais sossegado da vida profissional. Além disto, com exceção de indicação médica contrária, as mulheres grávidas podem trabalhar, normalmente, até o nono mês. Procurar agendar as consultas médicas fora do expediente também é uma boa medida para não prejudicar o próprio desempenho. "Montar uma rede externa de apoio ao bebê - babás e suporte de parentes próximos - ajuda a garantir tranqüilidade para as mães na volta ao trabalho. Mesmo assim, é natural a saudade da convivência com o pequeno. Nesse caso, é bom lembrar que as mulheres que trabalham fora costumam dedicar a seus filhos o mesmo tempo que as donas de casa dos anos 60", afirma Luciana Leis.

2) Escolha o melhor momento - Qual é a melhor época para interromper o trabalho e trazer uma nova criança ao mundo? "Esta resposta é muito particular, cada mulher vai encontrar a sua própria resposta. Não há regras e tudo depende do lugar em que a pessoa está. Algumas mulheres esperam a estabilidade profissional e emocional da faixa dos 40 anos, enquanto outras acham que aos 20 anos podem parar para ter o bebê e correr atrás do desenvolvimento profissional depois", explica Luciana Leis.

3) Pondere suas escolhas - A decisão pela maternidade na faixa dos 20 aos 25 anos pode acabar interrompendo os estudos e dependerá do grau de maturidade da mulher para superar os obstáculos e seguir adiante. "Haverá três grandes responsabilidades simultâneas: a casa, o estudo e a empresa. Se ela não estiver preparada ou se não contar com o apoio da família, poderá abandonar tudo no meio do caminho, resultando em grandes frustrações e infelicidade, avisa Luciana Leis. Já na faixa dos 25 aos 30 anos, os estudos provavelmente já estarão concluídos, além disso, a mulher poderá contar com um maior amadurecimento, o que ajudará no trato com a criança e no relacionamento com o marido em meio aos novos papéis de cada um. "Na casa dos 40, a mulher, muitas vezes, já conseguiu uma maior estabilidade financeira e auto-conhecimento, o que pode ajudá-la a vivenciar a maternidade de forma mais plena e menos dividida com outros projetos pessoais, porém, vale lembrar, que a taxa de fertilidade cai bastante nesta faixa etária, correndo-se um risco maior de não conseguir a gravidez neste momento", alerta a psicóloga;

4) Prepare o seu sucessor ? Além de planejar o melhor momento para engravidar, uma boa medida é preparar pessoas capazes para assumir suas tarefas, durante a licença-maternidade. "A empresa precisa continuar a andar, para que a ausência da profissional não provoque ressentimento nos colegas", alerta Luciana Leis. Para assumir a função de mãe, é preciso que a profissional saia da empresa certa de que fez todo o possível para que tudo corresse na mais perfeita ordem até que ela volte;

5) Nova hierarquização de valores e prioridades - Reordenação de valores, senso mais aguçado do que realmente importa e deixar de se aborrecer com insignificâncias são essenciais para a futura mamãe. Respeitar mais os próprios limites ? e também o dos outros ? é uma das qualidades que a mulher ganha com a maternidade. "As mudanças são impressionantes. De uma maneira geral, a mulher desenvolve mais autonomia, característica exigida pela própria criança, além de mais responsabilidade e maior acolhimento. O relacionamento com os outros também pode melhorar bastante, em virtude da maior flexibilidade, paciência e tolerância advindas com a experiência materna", afirma Luciana Leis;

6) Após a gravidez, nada de culpa - As mulheres, em geral, sentem imensa culpa e ficam inseguras em deixar o bebê para voltar à rotina do trabalho. "Se a mãe se sente muito dividida em retomar a atividade profissional, uma alternativa é investigar as causas da culpa, por meio de psicoterapia, ou alguma outra atividade que a coloque em contato consigo mesma", aconselha Luciana Leis. Para as mulheres que já apresentam em sua história uma disposição à ansiedade, à culpa e à depressão é recomendável fazer acompanhamento terapêutico desde o início da gravidez.

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