Como assim? Você faz tanta coisa sem ser só mãe! Pois é a gente que te pergunta: como assim, 'só mãe'? Ser mãe é um trabalho enorme, ô se é, e você é aprimeira que deve valorizar bastante essa "profissão", que, na verdade, é um monte de outras...
Você já pensou na quantidade de coisas que este "ser mãe" representa? Quantas facetas, quantos talentos, quanta coisa a gente tem que descobrir na gente, dentro, fora, do lado, para darconta do recado?
Nem vamos falar do óbvio: para ser mãe é preciso ser um pouco enfermeira, outro pouco psicóloga, professora, administradora de empresas... isso a gente sabe. Mas tem mais. A lista é enorme, mas resolvemos encarar o desafio e tentar organizar/entender um pouco mais essa loucura.
Se você não precisou de manual para entender o que é ter instinto maternal, talvez um agora caísse bem. Depois de ler essa lista com as suas mais reconhecidas características e outras curiosidades, quem sabe a gente não faz um? E aí seria a mãe escritora, mas isso é outro papo.
Vamos começar do começo
Você é mãe e cuida da casa, ou seja, administradora (também do tempo) e economista doméstica. "Quando solteiras, as mães administravam no máximo sua conta bancária. Casadas, o marido é, muitas vezes, quem organiza o orçamento. Quando mães, são elas que passam a administrar o impossível: desde conciliar seus horários com os dos filhos até separar a grana para o lanchinho, comprar roupas, brinquedos eainda sobrar um pouco para as viagens de fim de semana", explica a psicóloga Liliane Breitenvieser, mãe de Paulo e Milena. Para Bel Ortiz, mãe de João e Mariana, a agenda semanal é fácil de driblar. O problema está no fim de semana. "Normalmente no sábado temos que visitar uma avó e no domingo, a outra, e nesse tempo tenho que unir os jogos com os amigos do mais velho ao encontro das bonecas com a mais nova, além de mim, é claro. No fim de semana é que posso dar um pulo no cabeleireiro, que vou arrumar o carro, fazer mercado etc. Por isso, muitas vezes tem-se a sensação de que não vai dar tempo... Se bem que, quando eu vejo, fizemos tudo e estamos todos vendo um filminho à noite", conta.
Pois é, a gente faz! Como ela, nem sabemos explicar muito bem como, e aí é que está o talento: o dia estica ou a gente que é elástica, que nem a mãe dos Incríveis?
Falando em casa, é ali que a gente descobre muitas das nossas múltiplas facetas... Quem é que já não deu uma boa de uma mexida no quarto dos filhos, mesmo quando eventualmente pode até chamar um especialista para dar uma força? É irresistível: quando vemos, estamos ali, em plena função de decoradora, escolhendo o melhor lugar para colocar a cômoda ou uma nova prateleira para os livros, que se multiplicaram, ou aquela gaveta extra para os brinquedos, que se multiplicaram mais ainda... Ah, então você achou que não era arquiteta? É, sim, com certeza você é no mínimo uma excelente decoradora de interiores! E quando nasce o outro filho? Como fazer? Um quarto novo ou deixamos os dois dormirem juntos? Aí entra em ação seu lado terapeuta de família: faz uma reunião com o pai, outra semireunião com o filho e com o pai, e chega à sua conclusão. Ah, e você ainda dribla o lado prático de artista plástica: faz textura na parede, deixa o quarto num jeitão novo, mais bacana... Como o caso de Suzete, mãe de Matheus e Júlia: "Quando nasceu o Matheus, tive que improvisar os gaveteiros: pintei de azul-escuro onde antes era cor-de-rosa, e pronto, ficou com cara de menino".
E a mãe estilista? O que me diz? Ela começou a nascer quando você ainda nem sabia o sexo do seu bebê e ia olhando nas vitrines da vida as roupinhas de cor neutra, amarelo, verde, branco, e ficava pensando: quem foi que inventou que menino só veste azul e menina cor-de-rosa? Vermelho é ótimo, bom para os dias de visitas. E um enxoval todo verde? Ou muito estampado? Lembrou? Ali nasceu a estilista quedaí para a frente está sempre a postos, de plantão, e essa é uma das melhores partes de ser mãe. Escolher roupinha, enfeitar o filhote... Infelizmente, é só durante um tempo que dá para atuar nessa função, assim com tudo mesmo, porque aí eles começam a se vestir sozinhos e o jeito é só palpitar e tentar administrar desastres fashion muito fortes para não arrumar confusão. Como a mãe também é um pouco psicóloga, aproveita essa graduação para usá-la todos os dias e todas as horas que eles resolvem não obedecer você.
Psicóloga e diplomata, porque saber negociar nesse lance de ser mãe é muito importante, um requisito quase que fundamental!
Invenção
Como toda boa mãe, você também está preocupada com a alimentação do filho, e aí entra em cena a nutricionista: coma fruta, não tem refrigerante. "Ai, mãe, só hoje vai?" Essa parte é difícil no começo, porque dá vontade de deixar o filho comer qualquer coisa para ele parar de atormentar, mas aí a educadora diz: "Nem pensar". E logo você se acostuma a dizer não, na boa. Nos passos do carinho, sempre chegamos lá. Uma dica da Andréa, mãe de Ravel, é fazer sucos coloridos e misturar os legumes à massa das comidas, sabe? Como aquela outra que colocava sopa de legumes no Miojo. Os seus truques você tem na mão, e aí descobre mais uma faceta; a de mágica! Porque saber dar de comer e ter a paciência exigida para tal ritual, só mesmo com muito coelho saindo da cartola. Até que os dentinhos de leite começam a cair...
Ai, que dó... Você sabe que não dói e quando você se toca, já sabe mais sobre odontologia que o dentista da família. É, nutrição e odontologia são profissões próximas mesmo, ao menos para nós! E nem vamos falar da mãe médica, certo, porque essa é implícita e evidente, virou e mexeu está lá trabalhando, especialista em leituras de bulas etc. e tal...
Aí tem o lado museóloga, pesquisadora e jornalista. Assim: mãe que é mãe conta reconta, guarda e, muitas vezes, perde aquela história sensacional! Com tanta coisa para fazer, registrar tudo na memória é impossível, a gente sabe. Assim como sabemos que quem inventou as máquinas de foto e filme digital devia ter muitos filhos... E, se além de todos os registros, consegue guardar tudo, organizar e achar tudo quando precisa, você acaba de passar no teste para ser mãe arquivologista. Nominho estranho esse, né? Só o nome, porque mãe que é mãe é mestre nisso, mesmo sem saber, assim inconscientemente...
"Quem tem filho guarda cada desenho como se fosse uma obra de arte. São os registros da infância, os cadernos ou até mesmo os guardanapos de papel, arquivos de um tempo que não volta mais", explica a psiquiatra Elisabeth Klasina, mãe de Renato e Fernando. É ela também quem fala da importância dos álbuns para a referência familiar: "Mostrar fotos dos parentes, perguntar se eles acham que se parecem com alguém é uma maneira de a criança reconhecer seus antepassados e criar laços familiares, e isso é muito importante".
Mudando de assunto, eis que então descobrimos em nós todo um lado artístico... De palhaça a atriz, quem já não segurou o choro na frente do filho? E quem já não tomou um tombo na rua e levantou rindo (mesmo tendo se arrebentado) para que o filho não se preocupasse? A mãe malabarista, circense, entra nessa categoria. "Estar feliz e transparecer alegria é um dos segredos do alto-astral em família", conta a psicóloga Leda Maria, mãe de Amanda e Arnaldo. Mesmo muitas vezes sendo bem difícil , a gente sabe como é isso...
Tempo de brincar
Você já falou para o seu filho: "Olha pro céu, meu amor?" Ou já quis explicar para ele o que são as constelações? Mãe que inventa brincadeira pode ser inventora e também astrônoma. Cientista maluca, sem dúvida, somos mesmo. Por que não contar estrelas em vez de carneirinhos? E quando vem dele uma pergunta maravilhosa do tipo "por que o céu brilha, mamãe?" A gente é capaz até de virar poeta, vai me dizer que não?
E tem a professora, que ajuda nas lições da escola e de fora dela; tem a promotora de eventos, que organiza festas como ninguém e com qualquer orçamento... Tem muita coisa! E nesse eixo escola-festa você acaba inevitavelmente começando a se preocupar com a interação social de seu filho e... Tchan, tchan, tchan... Revela-se agora a cientista social! E lá vai você manter um bom contato com as mães dos amiguinhos dos filhos; com a relação dos seus pequenos com os demais e pronto: mais um título para a sua profissão de mãe.
E quantas vezes você já entrou na dança mesmo não querendo? Diz quem não gosta de pegar o filho para ninar e com ele nos braços ensaiar um dois-pra-lá, dois-pra-cá... É a mãe bailarina, que às vezes se revela em situações menos ternas... "Um dia minha filha chegou em casa com um bambolê querendo que eu ensinasse as amigas a brincar. Foi a maior vergonha da minha vida, eu parecia mais uma minhoca, aliás, foi esse o apelido que elas me deram. Foi o dia da 'mãe mico'", brinca Viviane, mãe de Vítor. Você defende até o último momento seu filho, mesmo que ele esteja errado, ou estamos erradas? Para você que não deixa que nada aconteça com ele: um brinde à advogada maternal.
"Não faz assim", "cumprimenta sua tia", "agradece", "fala obrigado", "nãoooooo briga com o amiguinho", "olha pra mim, estou falando com você"... É assim, a gente sabe, passamos o dia todo nessa cantilena e você não está sendo chata, não. Está sendo mãe, e é assim mesmo, não tem escapatória! Não dá para fazer a conta de quantas vezes por dia você tem que "educar" seu filho. Desde aprender a escovar os dentes até sentar à mesa e aprender a dormir no horário estipulado, é você mesmo quem educa. Quem não conhece aquela frase: "Para uma boa educação, basta uma mãe dedicada".? Pois é...
"Mãe, vai chover?" "Filho, leva um casaquinho, vai que esfria... "É o lado mãe meteorologista, expert nas previsões do tempo. Aqui pode entrar também a mãe segurança: aquela que protege o filho de qualquer perigo, até do frio.
Essa os filhos odeiam... E a gente odiava. Mas, quando vê, tá repetindo... Também tem essa, mas isso já é assunto para outra matéria.
Hoje, aqui e agora, o que a gente quer te dizer é o seguinte: estamos com você e não abrimos! Dá um trabalho danado esse negócio de ser mãe, porque além de tudo não tem sábado, não tem domingo, não tem férias, não tem descanso... Não tem dúvida nenhuma, mas... Como é bom!! Tanto que, podendo, a gente repete a dose e repete, e repete de novo...
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