Depois da separação, chega a hora de procurar um novo parceiro. Veja as dicas de especialistas para reaprender a conquistar.
Pode ser um namoro longo. Às vezes, até um casamento. O fato é que, depois de se dedicar a construir uma relação com a mesma pessoa durante muito tempo, voltar a conhecer e conquistar - novas pessoas pode parecer assustador. Não é incomum que as pessoas se sintam enferrujadas, ou achem que perderam o jeito.
O primeiro passo é aprender a sair sozinho, conviver consigo mesmo e não depender do outro para se sentir bem. A pessoa precisa conseguir ir ao cinema sem ter companhia, diz Janaína Persch, escritora e professora de cursos sensuais. As mulheres que fazem o curso me perguntam mas por que eu vou me perfumar para dormir? Porque vais dormir contigo mesma!, diz a professora. Autoestima faz toda a diferença para quem quer atrair olhares. Não tem mais espaço para o patinho feito. É preciso ter uma atitude uma erótica, apaixonada, diz Janaína. O problema é maior para os tímidos, mas, mesmo assim, ela acredita que é uma dificuldade que vale a pena contornar. O tímido não pode ficar no mundinho dele. Precisa dar um sorriso, um olhar para ajudar o outro a se aproximar.
Primeiros encontros
Vencida a barreira inicial, o recém-solteiro vai ter outro dilema para resolver: onde e com quem sair. Com o rompimento, a pessoa percebe que está desatualizada. Tudo é complicado, principalmente para pessoas mais velhas, ou quando os amigos estão casados ou namorando, diz Daniel Madeira, autor do site Personal Paquera, em que dá dicas e cursos para quem quer melhorar suas técnicas. Depois da separação, a pessoa não sabe mais quais são as baladas, barzinhos e pontos de encontro em que vai encontrar pessoas com afinidade, como ir vestida. É preciso se arriscar no desconhecido.
De acordo com Daniel, a maior dificuldade dos homens que fazem seus cursos de paquera é manter a conversa com uma garota e despertar o interesse dela. É difícil criar uma conexão inicial. A maioria dos homens é bem travada. A conversa parece uma entrevista de emprego. Se a mulher pergunta você gosta de lasanha?, ele responde sim, e acaba. É um piloto automático que precisa aprender a quebrar. Ensinamos a dar ganchos na pergunta, diz Daniel.
Outra técnica é adestrar o olhar: identificar pessoas interessantes, fazer contato e abordá-las. A paquera é onipresente. Pode rolar numa fila de supermercado ou num avião. Os sinais verbais e não-verbais da paquera podem render três respostas: positiva, em que a pessoa aceita; negativa, rechaçando o sinal de investimento amoroso, ou de forma ambígua, quando ela não entende o sinal enviado, diz Thiago de Almeida, psicólogo especializado em relações amorosas. Para saber se ela está pendendo para o positivo ou negativo, a gente emite mais um sinal parecido e vê a reação, afirma. Thiago acaba de lançar o livro A Arte da paquera (editora Letras do Brasil), em que se aliou a Daniel Madeira para fazer um livro esmiuçando os meandros da sedução.
Para fazer sucesso, Thiago também levanta fatores como a proporção de homens e mulheres, por exemplo. É claro que, dependendo do local, os investimentos surtem maior efeito, afirma. Outra dica é viajar. Para quem terminou um relacionamento de médio e longo prazo, o melhor remédio é viajar, ficar duas ou três semanas em um lugar novo. A pessoa volta com assunto para conversas, ocupa a mente, está mais calma, garante Daniel.
Para a fila não andar
E se o interesse já parece ser recíproco, mas mesmo assim você está? O segredo é, logo que conhecer alguém ou começar a sair com a pessoa, trabalhar a ansiedade, diz Janaína. As pessoas têm medo de se decepcionar. De o outro não telefonar no dia seguinte, de não corresponder às expectativas. A gente tem que ser seletivo, mas ninguém tem bola de cristal. É preciso dar oportunidades, diz a professora. Em outras palavras, não vale a pena se martirizar pensando nisso, ainda mais logo depois de sair de um relacionamento. Que seja infinito enquanto dure.
O caminho é não inventar muita artimanha e tomar a iniciativa sem ser agressivo, diz. A única ressalva: No inicio, um cuidado é evitar falar de relacionamentos passados.
Janaína acredita em encontros mais clássicos: marcar um café, um jantar ou um cinema, por exemplo. Mas se a pessoa está interessada na outra, ela pode reunir um grupo maior. No meio de um grupo de amigos, é mais fácil se aproximar. Isso ajuda muito a ganhar a confiança da pessoa. Como a gente nos primeiros contatos não tem muita referência, e sabe que o outro está vendendo o peixe dele, uma pessoa neutra verifica a credibilidade desse parceiro social, diz Thiago de Almeida.
Daniel reforça a importância de causar uma boa impressão. Às vezes, no segundo encontro, a mulher cai fora. Como evitar esse remorso? É legal ele marcar a garota, carimbar emocionalmente, recomenda. Para isso, as dicas são escolher com cuidado o lugar em que vão se encontrar, de preferência um local em que possam se sentar próximos. Ele tem que reconquistar a menina, passar confiança e segurança, para ela se sentir confortável.
E, se não der certo, tudo bem. Não pode levar rejeição como algo pessoal, nem começar a achar que é cheio de defeitos. Nada de criar desculpas para justificar.
Por outro lado, a cada encontro que dá certo, a chance de haver um próximo aumenta, por uma razão simples: o ser humano tende a não gostar de mudanças. Quanto mais tempo a pessoa se vincula, mais se fortalecem os laços. O ser humano detesta conflitos. Muitas vezes, vai ficando mais difícil de dizer um não, diz Thiago. Em outras palavras, aumenta a probabilidade de ficarem juntos, ainda que não haja nenhuma garantia. Para não sofrer de ansiedade com isso, o psicólogo pega emprestado o mote dos poetas arcadistas, o carpe diem, que recomenda que se aproveite o dia. Ao ditado, Thiago acrescenta: e também a noite.
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