Quem nunca pensou em dar uma pausa na rotina, no trabalho e na vida corrida e se dedicar por um tempo a um projeto pessoal, a uma viagem há muito sonhada ou a uma temporada de puro ócio? Um período sabático faz parte dos planos de muita gente, mas poucos são aqueles que o colocam em prática. Na maioria das vezes, por acharem que se trata de algo inacessível tanto do ponto de vista prático quanto do fi nanceiro. Mas mesmo no Brasil, onde o conceito ainda não é tão difundido, a experiência mostra que uma pausa pode ser totalmente viável e transformadora. Um tempo para si mesmo é fundamental e muitas pessoas o tratam como se fosse um grande luxo.
Não é. É saudável descobrir-se outra vez, pensar sobre decisões a serem tomadas, sentimentos a serem vividos, diz a psicóloga intercultural Andréa Sebben. O afastamento sabático surgiu nas universidades, que passaram a conceder licenças de um ano a seus professores a cada seis lecionados. Não demorou para o conceito ser incorporado pelo mundo corporativo como um benefício que a empresa dá a executivos com determinado tempo de casa. Ao fi m do intervalo, é assegurado o retorno ao cargo. Como no Brasil quase nenhuma empresa tem uma política com relação ao período sabático, cabe ao funcionário negociar sua vaga ou pedir demissão. Mas é preciso não confundir o sabático com férias. Ele é determinado por um projeto pessoal que nem sempre está ligado ao descanso e ao ócio.
O período tem que partir de uma motivação pessoal: seja repensar a vida, resgatar o sonho de estudar fotografia, trabalhar com crianças carentes da Ásia ou até conhecer o mundo. E, diferentemente do que muitos pensam, nem sempre precisa durar um ano. Mas o tempo necessário para produzir mudança. A duração vai depender de cada objetivo, afi rma Herbert Steinberg, autor do livro Sabático Um Tempo para Crescer.
Para saber qual é o melhor sabático para você, conheça alguns exemplos:
A fotógrafa Roberta Goldfarb e seu marido decidiram passar dez meses viajando por 26 países. Incluímos no roteiro especialmente lugares onde será difícil voltarmos com nossos filhos, da África do Sul a Zanzibar, diz ela. A experiência rendeu o blog Relicário (www.relicario.etc.br), em que eles contam suas impressões, dos preparativos à saudade que tiveram.
O executivo Ciro Kawamura trocou altos cargos em empresas de telefonia e serviços por períodos de ócio. O que, para um workaholic como ele, não foi nada fácil. Teve dois sabáticos e, para ambos, pediu demissão. Aproveitou o tempo para fi car em casa, programar a aposentadoria, aprender a surfar e fazer pesquisas para abrir um negócio no futuro. Para tirar um sabático, é importante ter reservas, controlar a ansiedade e não sentir culpa, conforme ele conta no Guia Fuja por Um Ano (Publifolha).
Já a jornalista Luíza Salmon (antevasina.wordpress.com) tinha acabado de se formar quando surgiu o trabalho em uma ONG em Jacarta. Não pensou duas vezes e passou oito meses tomando banho de caneca, ganhando pouco e vivendo uma situação quase impossível, como descreve. Viajei pela Indonésia, Tailândia, Camboja, Vietnã e Laos. Nunca imaginei que pudesse viver algo tão diferente e inspirador. Aliás, todo sabático é possível, se bem planejado. Vire a página e saiba como programar o seu.
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