Tem pai que é mãe

Tem pai que é mãe

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:50

O sonho de consumo de dez entre dez mães do planeta é ter um companheiro presente, não apenas durante a gravidez e o parto, mas principalmente depois que o bebê nasce. Pai presente é tudo bom! Além de ajudar a mulher, já bastante sobrecarregada, ele também se conecta com a criança, que por mais ligada que esteja à mãe, já vai sabendo que é amada por outras pessoas. Tudo isso significa uma família harmoniosa e um bebê mais feliz. Para falar sobre o assunto, chamamos um expert, o jornalista Daniel Japiassu, marido de nossa editora, Larissa Purvinni. Dani é pai de Duda, Carol e de Bárbara, a mais nova integrante da família (nasceu em novembro!). Com a palavra, o pai:

“Já dizia aquele velho bordão de anúncio de TV: Não basta ser pai. Além de ser preciso participar, faz bem para o pai ajudar a mãe quando o filho nasce. Pense bem: é ela quem vai acordar diversas vezes durante a noite para amamentar, é ela que vai ficar em casa durante a licença-maternidade, muitas vezes na companhia somente da criança. Digo, com conhecimento de causa, que os primeiros meses são difíceis. A interação com o bebê é quase nada, ele chora e se contorce em cólicas inexplicáveis (a verdade é que eles não conseguem chegar a nenhuma conclusão sobre o fato). Para o pai, trata-se de um momento de incerteza, porque a criança parece não estar nem aí pra ele...

Claro que, para os preguiçosos e machistas de plantão, é um ótimo cenário. Mas existem coisas que fazem parte do processo de adaptação do homem ao chamado “papel de pai”. Algumas delas são bem simples: trocar fraldas, por exemplo, algo de que gosto muito! Pode parecer estranho, mas gosto, especialmente na hora de besuntar a menina com uma belíssima dose de creme contra assaduras . As caras que a Bárbara – Babi para os íntimos– faz enquanto limpo seu bumbum são impagáveis. Ela não tem muita idéia do que está acontecendo, mas deve gostar também e a sensação do creme nas mãos é muito legal. Outro ponto fundamental quando se têm outros filhos é ajudar a dar uma maneirada no ciúme que um RN (recém-nascido, como consta na etiqueta das roupinhas) fomenta nos mais velhos. É trabalho para toureador, mesmo. Lá em casa, Carol e Duda sentiram que a mãe anda menos disponível. Aí, entro eu, o pobre pai, o dublê da mãe, aquele que não serve pra grande coisa, mas... gente, até que é um cara legal, no fim das contas! E leva as outras duas pra festinha, para o Museu do Futebol (ok, esse programa fui eu que escolhi), pra Pinacoteca (e o parque da Luz).

Leio livros pra elas – e coloco pra dormir, o que gosto muito também, porque é nessas horas que elas, meio sonadas, se aninham no colo da gente e ‘deixam’ que as levemos até a caminha. De volta ao RN, outra coisa que o pai deve fazer é dar banho de vez em quando. Digo ‘de vem em quando’ porque a gente não está lá o tempo todo, né? Na maternidade, quando chegou a hora de a enfermeira ‘ensinar’ os pais a dar banho no recém-nascido, a moça se surpreendeu com a minha desenvoltura: ‘O senhor já fez isso antes?’ Respondi que sim, algumas vezes. Só então ela descobriu que meninas são a minha especialidade! Desde a Carol, que dava um medo danado na gente na hora do banho. E ela sentia o medo, porque chorava loucamente...

Já com a Duda, a do meio, foi mais tranqüilo. Ela também chorava um pouco, mas a gente já sabia que fazia parte do mis-en-scene. Com a Babi não dá nem tempo de chorar. Ela só me olha com aqueles olhões de desenho japonês e faz uns ruídos divertidos enquanto passo o sabonete neutro na barriga dela. Depois é secar as dobrinhas, mais uma camada de creme, fralda, body, calça com pezinho e macacão. Tá pronta... para mais uma mamada, um cocô e outra troca de fralda...ufa! Ser pai é participar, sim. E com gosto, senão não vale!”

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