Violência no RJ: como conversar com as crianças sobre o assunto

Violência no RJ: como conversar com as crianças sobre o assunto

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:05

Na última semana, as ações no Rio Janeiro contra o tráfico de drogas foram destaque na televisão, jornais e internet. E, como todo mundo, seu filho deve ter visto essas imagens e ficado bem curioso (ou mesmo assustado) com o tema. Afinal, como deve ser essa conversa em casa? Quanto as crianças podem ficar expostas a esse tipo de violência?

Salomé Farias, 31, assistente administrativa, teve de lidar com essa situação no domingo à noite. Depois de ver algumas imagens na TV, seu filho Samuel, 7, quis saber se aquilo que estava acontecendo era uma guerra. Ela respondeu que era a polícia combatendo o tráfico de drogas. "Eu sempre prefiro ser sincera em situações como essa, sei que meu filho é curioso e vai querer saber", diz Salomé.

A primeira atitude é esperar pela dúvida do filho em vez de adiantar o assunto. Quando a pergunta surgir, o melhor é, de fato, falar a verdade e não inventar uma história. "Responda só o que a criança perguntou, e da maneira mais natural e segura possível. Não precisa se aprofundar muito no assunto, nem dar muitos detalhes", diz Ana Claudia Baptista de Oliveira, pedagoga da clínica Edac (SP). Outra atitude é deixar claro que "os adultos vão cuidar disso". "A criança pode se envolver com o assunto, então, o melhor é dizer que é uma briga que os policiais vão resolver", explica Daniela Paes Peres, psicóloga e terapeuta de família. A especialista também diz que os pais não precisam se preocupar com o fato de o filho ter se interessado pelo assunto. "A curiosidade por violência na infância é natural. Pense em como elas se interessam por um tanque de guerra", afirma. Elas querem brincar de polícia e ladrão imitando o que está acontecendo no Rio de Janeiro? Tudo bem. Brincar é o jeito de lidar com esse tipo de questão na infância.

E se ele perguntar por que os policias estão armados, diga que isso tem um propósito, como no caso dos super-heróis. "Explique que o policial pode usar por uma questão de segurança da população, que é a profissão dele e, portanto, ele foi treinado para isso", diz Ana Claudia.

De qualquer maneira, não incentive esse assunto na sua casa. Como afirma a pedagoga Ana Claudia, às vezes é o caso, sim, de evitar a televisão nesse período – e tente não conversar muito sobre o tema com outros adultos na frente do seu filho. A preocupação em exagero com a violência pode gerar estresse e ansiedade nas crianças. Se o seu filho está com muito medo, preste atenção se não há outra insegurança o incomodando. "Muitas vezes, o assunto pode esconder um problema como bullying na escola ou separação dos pais", diz a especialista.

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