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Israel

“Antissemitismo”: Estudantes tentam impedir palestra de judeu em universidade federal

O cientista político André Lajst afirmou que a manifestação contra a palestra foi um ato de “ódio aos judeus”.

Fonte: Guiame, com informações da Gazeta do PovoAtualizado: segunda-feira, 14 de agosto de 2023 às 16:37
André Lajst fala sobre o ocorrido em um vídeo no Twitter. (Foto: Reprodução/Twitter/André Lajst)
André Lajst fala sobre o ocorrido em um vídeo no Twitter. (Foto: Reprodução/Twitter/André Lajst)

Na última quinta-feira (10), um grupo de universitários ligados ao Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) tentaram impedir a realização de uma palestra com o presidente-executivo da StandWithUsBrasil, André Lajst.

O judeu israelense é cientista político especialista em Oriente Médio e Segurança Nacional e, apesar da manifestação, a palestra sobre empreendedorismo e inovação em Israel não foi cancelada. 

Os estudantes se concentraram do lado de fora do local onde aconteceu a palestra, com cartazes, megafones e bandeiras da Palestina. Dezenas de militantes pró-Palestina acusaram André de fazer “apologia ao genocídio do povo palestino”.

Segundo o site Gazeta do Povo, policiais federais do Comando de Operações Táticas foram acionados para conter a confusão. O palestrante contou que   precisou ser escoltado na entrada e na saída do local.

“Brasil 2023. A gente não vai ficar quieto. Vamos continuar falando mas sempre sendo respeitoso”, disse ele.

No Twitter, André Lajst informou que sua presença na universidade foi combatida apenas pelo fato de ele ser judeu israelense independente do tema da palestra.

"Se isso não é antissemitismo, judeofobia, ódio aos judeus, eu não sei mais o que é", afirmou ele.

E continuou: “Isso é um exemplo clássico de antissemitismo. Você ter que ser escoltado por forças policiais para conseguir falar sobre um tema simplesmente porque existem pessoas que discordam da sua presença”.

A confusão na Ufam

André disse que as acusações contra ele nas redes sociais “são completamente levianas”:

“Se juntou um grupo de estudantes entre 20 e 30 pessoas, e outros que não são estudantes da universidade para protestar de forma violenta”.

Ele, que é neto de um sobrevivento do Holocausto, expôs que foi chamado de nazista. 

Em outro vídeo publicado no Twitter, é possível ver o momento em que a assessora de comunicação do reitor reage aos agressores depois que sua filha alega ter sido agredida por um dos manifestantes. 

Ela revida a agressão com empurrões, mas é cercada e derrubada pelos alunos, e segundo a imprensa local, teve o nariz quebrado.

Após a confusão, a mulher registrou um boletim de ocorrência contra os agressores.

Christopher Rocha, presidente da União da Juventude Socialista (UJS) do Amazonas e estudante de história, foi preso pela Polícia Federal (PF) por desacato. 

Ele também aparece em vídeos nas redes sociais gritando com os policiais e se negando a cumprir ordens das autoridades.

Segundo Siylvio Pulga, reitor da Ufam, Christopher foi liberado após prestar esclarecimentos na sede da Superintendência da PF.

Na Superintendência, o reitor gravou um vídeo ao lado do estudante. No relato, o aluno criticou a ação da PF e disse que o grupo “não estava fazendo nada de errado” em tentar impedir a realização de um evento dentro de uma universidade pública.

De acordo com a Gazeta do Povo, em 2018, André Lajst foi alvo de manifestantes ao palestrar para estudantes do curso de Direito. 

Na epóca, André contou que o evento foi interrompido por “estudantes radicais” que “começaram a gritar e interromperam a palestra com cartaz escrito 'genocídio'”.

Sobre o último evento, ele criticou: “O que me deixa perplexo é que num ambiente dentro do Brasil onde se fala de liberdade de expressão e Estado Democrático De Direito, as pessoas de forma violenta agrediram policiais, professores, agrediram outros palestrantes e só não chegaram a mim pelos seguranças”.

“Eu acho lamentável que a gente chegue num ponto como esse aqui no Brasil em um ambiente acadêmico. Isso é um alerta e serve de exemplo que é justamente esse tipo de ódio e acusação leviana que cria um ambiente de violência entre as pessoas”, acrescentou ele.

“Eu quero terminar dizendo o seguinte: ‘Não tem como a gente conseguir criar um ambiente democrático onde as pessoas possam expor suas opiniões com discursos de ódio, com acusações levianas e principalmente quando as pessoas não assumem o seu próprio ódio para elas conseguirem entender que estão odiando alguém por causa da sua posição’”, concluiu André. 

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