O Bahrein, país árabe localizado no Golfo Pérsico, concordou em reconhecer Israel e normalizar relações com o governo israelense, anunciou nesta sexta-feira (11) o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O acordo que estabelece relações entre Israel e Bahrein resultará em voos diretos entre os países, disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no domingo (13).
“Haverá tráfego aéreo rápido e direto entre os países”, disse ele em comentários ao gabinete israelense, cuja transcrição foi emitida por seu gabinete.
A aproximação entre os dois países do Oriente Médio ocorre menos de um mês depois de os Emirados Árabes Unidos reconhecerem e normalizarem as relações com Israel, também em acordo mediado pelos EUA que será oficializado na próxima semana. Até então, apenas Egito e Jordânia mantinham laços com os israelenses no mundo árabe.
Trump anunciou a assinatura do acordo após um telefonema ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o rei do Bahrein, King Hamad bin Isa Al Khalifa.
"Mais um marco histórico hoje", tuitou o presidente americano, que chamou o documento de "acordo de paz" — embora Bahrein e Israel não estivessem em guerra.
Assim como ocorreu com os Emirados Árabes, o acordo entre Bahrein e Israel permitirá normalizar as relações diplomáticas, comerciais e em outras áreas dos dois países.
"Abrir o diálogo direto e criar laços entre essas duas sociedades dinâmicas e com economias avançadas vai continuar a transformação positiva do Oriente Médio e maior estabilidade, segurança e prosperidade para a região", diz o comunicado conjunto.
O Bahrein, assim como a Arábia Saudita, já havia concordado em abrir o espaço aéreo para aeronaves israelenses — o que permite, agora, voos diretos que liguem Israel aos países do Golfo Pérsico.
Há uma semana, Trump mediou um acordo semelhante entre Israel e Kosovo, país localizado nos Bálcãs. Além disso, o presidente americano convenceu a Sérvia a mudar a embaixada do país em Israel a Jerusalém — medida igual à tomada pelos EUA em 2018.
Reação internacional
O acordo não foi bem recebido pelas lideranças da Palestina, que se opõem ao reconhecimento de Israel por considerarem que o território israelense pertence aos palestinos. O grupo Hamas, facção que controla a Faixa de Gaza, condenou a decisão.
"Isso representa uma grave ameaça à causa palestina e dá apoio à ocupação", disse à Reuters o porta-voz do Hamas, Hazem Qassem.
O Irã, país banhado pelo Golfo Pérsico assim como o Bahrein, deve se se opor ao acordo. Inimigo dos Estados Unidos e de Israel, o governo iraniano tenta evitar maior influência americana na região e apoia facções no Oriente Médio como os rebeldes houthis do Iêmen.
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