A partir desta quarta-feira (20) é iniciado um período intenso de celebrações em Israel, começando com Rosh Hashaná (Ano Novo judaico), continuando com o Yom Kipur (Dia do Perdão) e terminando com Sucot (Festa dos Tabernáculos).
O que antes era considerado uma experiência exclusivamente judaica, hoje reúne muitos cristãos que também decidiram guardar as festas descritas pela Bíblia. Esse é o caso da norte-americana Kim Kunkel, 29 anos, que aprendeu sobre os feriados bíblicos através de seu pai.
Filha de um cristão devoto, Kim ouvia seu pai lendo livros sobre o Templo e as “festas de Deus”. “Gostaríamos de comemorar feriados judeus e datas tradicionalmente cristãs”, disse ela ao site Breaking Israel News.
O movimento de cristãos que estão aderindo aos feriados bíblicos tem sido visto com bons olhos pelos judeus, de acordo com David Nekrutman, diretor do Centro de Compreensão e Cooperação Judaico-Cristão.
“O Rosh Hashaná é um feriado universal. É o aniversário do mundo. Toda a criação está sendo julgada se está reconhecendo o Deus de Abraão, Isaque e Jacó como rei do Mundo”, disse o especialista.
O Rosh Hashaná celebra a conclusão da criação do universo por Deus, prosseguida pelos dez dias de arrependimento, que culminam no Yom Kipur. Após a celebração do Ano Novo, a tradição judaica diz que o período de dez dias marca o início do juízo de Deus sobre a criação, sendo o Yom Kipur o dia do veredicto.
Sendo assim, os dez dias entre Rosh Hashaná e Yom Kipur é um período de muita oração, súplica e arrependimento, com o toque do Shofar a cada serviço. No entanto, muitos cristãos têm uma compreensão teológica diferente a respeito do Yom Kipur.
“Eu ainda penso mais como uma cristã evangélica”, disse Kunkel. “Podemos sentir culpa e não tem certeza sobre o pecado em alguns momentos da vida, mas podemos pedir perdão ou nos arrepender a qualquer momento do ano. Nós realmente não seguimos toda a tradição do Yom Kipur, isso ainda é uma ideia nova para mim”.
Nekrutman explica que esta dificuldade não é incomum, já que o judaísmo e o cristianismo têm abordagens muito diferentes para o arrependimento. “Na tradição judaica, o arrependimento é universal e não individual”, explicou. “Dizemos que ‘nós pecamos’. No Yom Kipur, nos voltamos para o Rei em arrependimento nacional”.
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