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Do Egito a Gaza: Páscoa judaica une memória do Êxodo à esperança pela libertação dos reféns

A Pessach é uma das festas mais importantes do calendário judaico e remonta a mais de 3.500 anos, com a saída dos hebreus do Egito.

Fonte: Guiame, com informações do All Israel NewsAtualizado: segunda-feira, 14 de abril de 2025 às 12:46
O drama dos reféns ainda sob o cativeiro dos terroristas é o maior desafio das famílias e dos israelenses. (Foto ilustrativa: Pexels/cottonbro studio)
O drama dos reféns ainda sob o cativeiro dos terroristas é o maior desafio das famílias e dos israelenses. (Foto ilustrativa: Pexels/cottonbro studio)

Os judeus em Israel e em todo o mundo celebram a Pessach, também conhecida como Páscoa Judaica, uma das festas mais importantes do calendário judaico, que remonta a mais de 3.500 anos.

A data, que começou ao pôr do sol de 12 de abril e se estende por sete dias em Israel (oito na diáspora), celebra a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito, liderada por Moisés.

O evento, narrado no livro do Êxodo, evidencia o poder do Deus dos hebreus, que os protegeu e os libertou do domínio egípcio após um longo período de escravidão, estimado em cerca de 400 anos.

Depois do envio das dez pragas, o desfecho ocorreu com um dos maiores milagres descritos no Antigo Testamento: a abertura do Mar Vermelho, segundo Êxodo 14.

A Pessach foi instituída no capítulo 12 do livro do Êxodo, onde Deus entrega orientações detalhadas para os preparativos da saída do Egito.

Uma das tradições mais marcantes da festa é o Seder, um jantar ritual em que famílias se reúnem para reviver os momentos da libertação. Durante o Seder, a leitura da Hagadá, que descreve a história do Êxodo, é central, e alimentos simbólicos como o matzá (pão sem fermento), as ervas amargas e o vinho são consumidos, representando a aflição e a dureza da escravidão, a proteção divina e a promessa de liberdade.

A ausência de alimentos fermentados, como o pão levedado, é uma das normas observadas durante os sete dias da Pessach, lembrando o sofrimento vivido pelos israelitas durante sua saída apressada do Egito.

Dias atuais

Embora seja uma celebração religiosa, a Pessach também tem um significado importante nos dias de hoje, especialmente em Israel.

Em 2025, em meio a um cenário geopolítico ainda marcado por tensões regionais, líderes enfatizam a relevância da união, da resiliência e da reflexão sobre a memória histórica como pilares que fortalecem a comunidade judaica.

Em seu artigo “Celebrando nossa redenção enquanto ainda estamos em cativeiro”, Jonathan Feldstein, presidente da Fundação Genesis 123, escreveu. 

“Este ano, mais uma vez, a questão da experiência da escravidão e da redenção é mais real do que nos últimos anos, com 59 reféns ainda sofrendo condições desumanas em cativeiro pelo Hamas em Gaza, dos quais se acredita que 24 estejam vivos. Já se passaram 553 dias desde que foram capturados: judeus e árabes israelenses, além de pessoas de dezenas de outras nações”. 

Atualmente, o drama dos reféns ainda mantidos em cativeiro por terroristas representa o maior desafio para as famílias e para os israelenses, somado ao luto pelos que perderam suas vidas nessa situação, conforme destacado por Feldstein.

“Milhares de famílias israelenses estão de luto por entes queridos que foram mortos nos últimos 18 meses e que não estarão em casa para o Seder, nem nunca mais. Muitas sofrem ferimentos físicos e traumas associados ao ataque e massacre do Hamas, e à guerra que se seguiu e que ainda continua”. 

Feldstein, que nasceu nos EUA e emigrou para Israel em 2004, destaca que o drama tem sido vivido intensamente por todo o país:

“Em nível nacional, seja colocando cadeiras vazias fisicamente ou decorando nossas mesas com fitas amarelas e flores, todos os israelenses sentem um espaço vazio hoje. Todas as celebrações são necessárias, mas também precisamos estar ancorados em nossa realidade”. 

Orações e esperança

Ele recorre às orações para que haja um pouco de alívio entre o povo judeu:

“É verdade que é difícil ser alegre e celebrar sem, ao menos, ter consciência da perda e do trauma que outros tiveram que vivenciar, ou do que estamos sofrendo como nação. Apesar disso, há muitas bênçãos para celebrar, e nunca podemos perder de vista os milagres divinos que vivenciamos como povo há 3.500 anos. Provavelmente no momento mais traumático para Israel e o povo judeu, é importante lembrar que, mesmo nos guetos e campos de concentração da Europa nazista, os judeus fizeram tudo o que podiam para celebrar os milagres de Deus.”

E continua: “Uma coisa é certa: precisamos mesmo de milagres agora. Este ano, nossa celebração pode ser até mesmo uma oração com todo o nosso corpo, sabendo que, não importa quão difíceis as coisas se tornem, ou sejam, Deus ainda tem uma aliança eterna com o povo judeu.” 

Feldstein finaliza: “Por milhares de anos, encerramos nosso Seder com uma canção e uma oração para que, no próximo ano, tivéssemos o privilégio de celebrar em uma Jerusalém reconstruída. Por meio de nossas orações e ações, no próximo ano todos os reféns estarão em casa, libertados, curados e em condições de celebrar.”

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