
Nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (5), a escola judaica Magen David Yeshiva, no bairro de Gravesend, no Brooklyn, foi alvo de vandalismo.
O prédio teve suas colunas e janelas pichadas com símbolos nazistas: duas grandes suásticas em tinta vermelha nas colunas e outras duas nas janelas.
Uma câmera de vigilância registrou o momento em que um homem, usando um chapéu de aba larga, chegou ao local de bicicleta por volta das 6h30. Ele parou diante da escola, desenhou os símbolos nazistas e, em seguida, fugiu.
O ataque ocorreu poucas horas após a vitória de Zohran Mamdani nas eleições municipais de Nova Iorque, fato que tem alimentado especulações sobre uma possível relação entre o novo cenário político e a ousadia do crime de ódio.
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Líderes da comunidade judaica e autoridades locais manifestaram choque e preocupação. A Flatbush Shomrim Patrol, por exemplo, destacou o impacto emocional de ver uma escola judaica ser alvo de vandalismo em um bairro predominantemente judeu.
“À luz dos resultados da eleição de ontem à noite, todos estão extremamente sensíveis e tememos que isso se torne a nova norma, onde essas pessoas se sintam encorajadas a pensar que podem sair impunes”, disse Bob Moskovitz, coordenador executivo da Flatbush Shormrim Patrol, ao The Post.
“Antes de mais nada, é uma pichação de ódio”, disse ele. “Não me importaria se fosse em uma caixa de correio ou em um poste de luz – também investigaríamos isso. Mas aqui temos um bairro predominantemente judeu, uma escola judaica com uma frequência enorme. Esta é uma das maiores escolas da comunidade e isso é muito traumático para toda a comunidade.”
“Não é coincidência que isso tenha acontecido horas depois da vitória de Mamdani nas eleições”, disse um pai de aluno de yeshiva. “Quem disser o contrário está se enganando ou tem delírios. Isso foi uma declaração de que, com o novo chefe no comando, finalmente podemos mostrar nossa verdadeira face.”
Ele chamou isso de um sinal da “Nova Iorque de Mamdani”.
A escola removeu as suásticas das janelas e cobriu as marcas nas paredes com bandeiras de Israel.
Poucas horas depois, políticos de Nova York condenaram o ato como crime de ódio e apontaram o novo clima político como fator que teria encorajado a ação.
Reações oficiais
Mamdani publicou em seu perfil do X (antigo Twitter) que o vandalismo “é um ato repugnante e doloroso de antissemitismo, e não tem lugar em nossa bela cidade” e se comprometeu a “ficar firme com nossos vizinhos judeus” para erradicar o flagelo da cidade.
A governadora do estado, Kathy Hochul, chamou o ato de “terrorismo” em uma declaração oficial e anunciou um acréscimo de US$ 20 milhões em subvenções para segurança de escolas não públicas.
A polícia de Nova Iorque confirmou que está investigando o caso como crime de ódio e revisando as imagens das câmeras para identificar o suspeito. Em nota, o Departamento de Polícia (NYPD) informou que aumentará o patrulhamento na região e pediu que qualquer pessoa com informações entre em contato.
A Anti‑Defamation League anunciou um programa de monitoramento da nova administração municipal para acompanhar políticas, nomeações e financiamento que possam afetar a comunidade judaica local.
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