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Espadas romanas escondidas por rebeldes judeus são encontradas por arqueólogos

“Encontrar uma única espada é raro, mas quatro? É um sonho! Esfregamos os olhos, incrédulos”, escreveram os pesquisadores.

Fonte: Guiame, com informações do Religion News ServiceAtualizado: quinta-feira, 14 de setembro de 2023 às 13:31
Uma das espadas encontradas recentemente em uma caverna perto do Mar Morto. (Foto:  Autoridade de Antiguidades de Israel/Dafna Gazit)
Uma das espadas encontradas recentemente em uma caverna perto do Mar Morto. (Foto: Autoridade de Antiguidades de Israel/Dafna Gazit)

Há cinquenta anos, arqueólogos israelitas descobriram uma antiga inscrição hebraica numa estalactite, dentro de uma caverna remota no deserto, a leste de Jerusalém, onde a terra começa a descer em direção ao Mar Morto.

Em junho, na esperança de encontrar inscrições adicionais não visíveis a olho nu, três investigadores — um arqueólogo, um geólogo e um fotógrafo com formação em fotografia multiespectral — regressaram à caverna.

Durante a exploração, um deles descobriu a cabeça de ferro de um dardo romano, conhecido como “pilum”, em uma fenda estreita e escondida. O trio imediatamente contatou a Autoridade de Antiguidades de Israel (AAI), que vem conduzindo uma busca sistemática nas cavernas do deserto da Judéia.

Essa busca que acontece há seis anos tem como objetivo manter fora do alcance de saqueadores quaisquer restos de pergaminhos do Mar Morto ou outros artefatos antigos na região que é rica em arqueologia.

Arqueólogos removem espadas romanas recém-descobertas de uma caverna perto do Mar Morto, em agosto de 2023. (Foto: Autoridade de Antiguidades de Israel/Emil Aladjem)

Sobre as descobertas

De acordo com o Religion News, logo depois de descobrirem o dardo, os arqueólogos avistaram um esconderijo de quatro espadas de 1.900 anos, todas notavelmente bem preservadas.

Ainda mais notáveis ​​eram os acessórios de madeira e couro das espadas, que o clima árido do deserto ajudou a preservar. Três das espadas foram identificadas como “espadas spatha romanas”, com lâminas de 60 centímetros de comprimento, e uma arma mais curta, uma espada com punho anelar, com lâmina de 18 polegadas de comprimento.

As armas, provavelmente, foram deixadas na caverna por rebeldes judeus envolvidos na revolta de Bar Kokhba de 132 a 136 d.C., como a tentativa final dos judeus de forçar os romanos a sair da antiga terra de Israel após quase dois séculos de ocupação.

Durante a revolta, bandos de combatentes e refugiados judeus viveram nas cavernas que pontilham a paisagem ameaçadora da Judéia. A revolta fracassou e os romanos expulsaram a maioria dos judeus sobreviventes e mudaram o nome do território de “Judéia” para “Síria Palestina”.

Pesquisadores examinando uma das espadas. (Foto: Autoridade de Antiguidades de Israel/Emil Aladjem)

‘Um grande triunfo’

Para os arqueólogos, a descoberta é um grande triunfo. “Encontrar uma única espada é raro, mas quatro? É um sonho! Esfregamos os olhos, incrédulos”, escreveram os pesquisadores.

As espadas foram descobertas onde hoje é a Reserva Natural En Gedi, a cerca de 160 quilômetros de Jerusalém, de acordo com Eitan Klein, que co-dirigiu a escavação da caverna pela AAI depois que a primeira arma foi descoberta.

Klein disse que as espadas “são talvez as espadas romanas mais bem preservadas” já descobertas em qualquer lugar do mundo. “Normalmente você encontra apenas a lâmina sem o cabo. Aqui você tem a espada inteira, com equipamento”.

Klein disse que o deserto da Judéia rendeu milhares de artefatos antigos graças ao seu clima extremamente quente e seco, que permite a preservação de materiais orgânicos por milhares de anos.

Cerca de 90% dos Manuscritos do Mar Morto descobertos no deserto da Judéia após a Segunda Guerra Mundial foram escritos em pergaminho, feito de peles de animais processadas.

“Podemos presumir que havia muito mais pergaminhos desse tipo em Jerusalém”, disse Klein ao Religion News, ao explicar que, em caso de alta umidade, eles são destruídos.

Quando os pesquisadores examinaram as espadas, eles sabiam, pelo seu design, que elas haviam sido fabricadas por armeiros romanos durante o século II d.C.

Arqueólogos trabalham em caverna acima do Mar Morto, no leste de Israel, agosto de 2023. (Foto: Autoridade de Antiguidades de Israel/Oriya Amichai)

‘Testes de carbono-14’

Agora transferidos para as instalações climatizadas da Autoridade de Antiguidades de Israel, os investigadores vão realizar testes de carbono-14 nos materiais orgânicos das armas para determinar melhor a sua idade.

Além disso, os profissionais vão investigar o tipo exato e a origem do metal, madeira e couro. Eles também esperam que os testes de DNA revelem algo sobre os povos antigos que as manusearam. “Devemos saber mais nos próximos dias e semanas”, disse Klein ao concluir.

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