Mais de 750 mil judeus conseguiram começar uma vida nova em Israel com o apoio de uma organização fundada por um rabino e financiada por evangélicos.
O número é resultado do trabalho da Sociedade Internacional de Cristãos e Judeus (IFCJ, na sigla em inglês) nas últimas três décadas, que possibilitou a Aliá — um importante conceito no judaísmo que designa a imigração de judeus para Israel.
A entidade filantrópica foi fundada em 1983 pelo rabino Yechiel Eckstein, com o objetivo de promover a cooperação entre judeus e cristãos e construir amplo apoio ao Estado de Israel. Ele faleceu aos 67 anos em 6 de fevereiro deste ano, e a organização passou a ser comandada por sua filha, Yael Eckstein.
“Meu pai disse que se sentia como se fosse Cristóvão Colombo descobrindo a América - de repente ele percebeu que há milhões de cristãos que amam o povo judeu e que estão com Israel”, disse Yael ao site The Christian Post nesta quinta-feira (28).
Atualmente, a IFCJ é a maior organização filantrópica de Israel. Ela arrecada cerca de 130 milhões de dólares (equivalente a 487 milhões de reais) em doações por ano, muitas das quais vêm de evangélicos dos Estados Unidos.
O primeiro grupo de judeus foi levado de avião da Rússia para Israel em 1992, através do programa On Wings of Eagles, que buscava retirar judeus da situação de pobreza e do antissemitismo. Desde então, milhares de judeus emigraram da antiga União Soviética, Etiópia, Ucrânia, Turquia, Iêmen, Argentina e outros países onde viviam em dificuldades.
“Foi no início dos anos 90 que a União Soviética entrou em colapso e a comunidade cristã ajudou o povo judeu a ir para Israel”, explicou Yael. “Muitos deles eram sobreviventes do Holocausto. Isso faz parte da profecia bíblica que está se cumprindo. Jeremias fala sobre isso, Isaías fala sobre isso”.
Recomeço
Em parceria com o governo israelense, a IFCJ ajuda na compra das passagens aéreas e garante apartamentos para as famílias de imigrantes em comunidades onde as pessoas falam seus idiomas nativos. O governo ainda oferece aulas de hebraico gratuitas.
“Fizemos um estudo para entender por que judeus em situações perigosas não voltam para Israel. Descobrimos que há duas razões: eles têm medo de ir atrás de um apartamento e colocar seus filhos na escola. Eles não conhecem a língua. Eles não sabem nada”, conta Yael.
Em média, há um custo de mais de US$ 1.500 (equivalente a R$ 5.600) para ajudar uma pessoa a migrar para Israel, de acordo com a organização.
Enquanto a IFCJ normalmente freta um avião por mês com grandes grupos de imigrantes, uma média de 17 novos imigrantes chegam a Israel todos os dias em voos comerciais.
“O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chegou a dizer há algumas semanas que, no futuro, as únicas pessoas em que podemos confiar para ajudar Israel são os judeus ortodoxos e cristãos”, lembrou Yael. “Essa é uma afirmação bem radical por causa da mudança de como Israel e o povo judeu olham para os cristãos. Obviamente, nos EUA, os cristãos são alguns dos maiores aliados da política [pró-Israel]”.
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