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Igreja protestante holandesa admite silêncio diante de massacre dos judeus no Holocausto

A Igreja Protestante da Holanda reconheceu publicamente ter contribuído com antissemitismo no Holocausto.

Fonte: Guiame, com informações da AFPAtualizado: quinta-feira, 5 de novembro de 2020 às 19:02
Homem atravessa trilhos do antigo campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. (Foto: AP/Alik Keplicz)
Homem atravessa trilhos do antigo campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. (Foto: AP/Alik Keplicz)

A Igreja Protestante da Holanda (PKN) admitiu pela primeira vez que permaneceu em silêncio enquanto judeus eram perseguidos durante a Segunda Guerra Mundial, contribuindo com o clima de antissemitismo no país europeu.

A confissão deve ser tornada pública no próximo domingo, 8 de novembro, data em que se comemora a “Kristallnacht”, chamada em português de Noite dos Cristais, em memória ao início da perseguição nazista que levou ao genocídio de cerca de 6 milhões de judeus, segundo o jornal cristão Trouw.

“Fracassamos em falar abertamente e permanecer em silêncio nas ações e omissões, em nossa atitude e nossos pensamentos”, disse em comunicado oficial o secretário-geral da PKN, Rene de Reuver.

“Durante os anos de guerra, as autoridades da igreja muitas vezes não tinham coragem de escolher o lado dos habitantes judeus de nosso país”, disse De Reuver.

Menos de um terço dos 140.000 judeus que viviam na Holanda sobreviveram à Segunda Guerra Mundial. Muitos cidadãos, bem como a polícia holandesa, conspiraram ativamente com os nazistas para prender judeus e deportá-los para campos de extermínio durante a Segunda Guerra Mundial.

Isso incluiu Anne Frank, que foi presa em 1944 após dois anos escondida e enviada a Alemanha, onde morreu aos 15 anos de idade no campo de concentração de Bergen-Belsen, pouco antes do fim da guerra.

A PKN não fará um pedido de desculpas, escolhendo, em vez disso, admitir sua culpa por não ter feito mais para evitar que o ódio contra os judeus se espalhasse.

“A culpa é a palavra mais profunda que você pode usar para designar o fracasso”, disse De Reuver. “Não nos distanciamos do passado, mas assumimos nossa responsabilidade e reconhecemos nossos erros.”

A admissão da igreja acontece após um primeiro pedido de desculpas oficial do governo holandês pela perseguição aos judeus durante a guerra, feito no início deste ano pelo primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte.

O ex-primeiro-ministro do país, Wim Kok, se desculpou em 2000 pelas “boas-vindas geladas” que os sobreviventes do campo nazista receberam em seu retorno à Holanda, ocupada pelos nazistas de 1940 a 1945.

Cerca de 15% da população holandesa ou cerca de 2,5 milhões de pessoas são protestantes, de acordo com o Escritório Central de Estatísticas do governo. Destes, o Kerk Nederland é o maior órgão representativo e também membro do Conselho Mundial de Igrejas.

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