Depois se sua viagem oficial a Israel, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, anunciou que uma empresa israelense, a Watergen, está doando ao Brasil 11 máquinas capazes de fabricar água potável a partir da umidade do ar.
Em anúncio feito no Instagram na sexta-feira (1) Pontes disse que os equipamentos “deverão ser instalados em escolas, hospitais e algumas comunidades com grandes desafios hídricos”, para que tenha sua efetividade testada pelo governo.
Cada máquina de médio porte pode produzir até 900 litros de água potável por dia, de acordo com a umidade do ar do local em que será instalada. Já a máquina de pequeno porte pode produzir até 30 litros de água potável por dia.
A empresa israelense confirmou ao UOL a doação das 11 máquinas ao governo brasileiro, sendo 10 de médio porte. O custo total dos equipamentos é de cerca de US$ 800 mil (equivalente a R$ 2,9 milhões). A máquina capaz de produzir 900 litros de água por dia sai por cerca de 75 mil dólares (ou R$ 275.475).
Em nota, a Watergen esclareceu que “não possui nenhuma expectativa” de que o governo brasileiro compre mais equipamentos a partir desta primeira doação. “A doação foi feita no espírito de amizade e cooperação entre os dois países”, disse ao UOL.
A empresa afirma ainda não ter nenhum contrato ou promessa de negócios com o governo federal. “Acreditamos que quando verem esta tecnologia e testarem ela em várias partes do Brasil, as pessoas vão perceber que esta tecnologia é o futuro”, disse a Watergen.
Ministro Marcos Pontes visitou Israel para buscar soluções de tratamento de água e dessalinização. (Foto: Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações)
Tecnologia no Brasil
No Brasil, uma empresa oferece tecnologia similar desde 2010, mas nunca foi explorada pelos governos do Partido dos Trabalhadores (PT), com os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff.
A empresa nacional Wateair, instalada no interior de São Paulo, já apresentou suas máquinas para governadores da região Nordeste e alguns órgãos do governo federal no passado, mas nunca nenhuma conversa foi para frente. Assim, seus principais clientes são empresas privadas.
“Fico frustrado porque poderíamos fazer tão mais pelo país e não fazemos. A questão da seca no Brasil é política, e não técnica ou de falta de tecnologia”, disse o engenheiro Pedro Ricardo Paulino, da Watair, em entrevista ao UOL.
A reportagem do UOL destacou o equipamento nacional como superior ao israelense em custo-benefício, embora Israel seja considerado um dos campos de ciência e tecnologia mais desenvolvidos do mundo.
Parceria com Israel
O presidente Jair Bolsonaro celebrou no Twitter a parceria anunciada com a empresa israelense. “Ciência, tecnologia, desenvolvimento e economia! O Novo governo brasileiro traz de volta a confiança aos olhos do mundo, para o bem do cidadão brasileiro e do Brasil!”, publicou no domingo (3).
Executivos da Watergen acompanharam o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante sua vinda ao Brasil para a posse de Bolsonaro no início do ano. Na ocasião, a tecnologia foi apresentada através de uma máquina instalada ao lado de uma base móvel da Polícia Militar do Distrito Federal.
Em dezembro do ano passado, ao anunciar a visita de Pontes a Israel, o presidente Bolsonaro falou de iniciativas para combater a seca no semiárido nordestino. “Também estudamos junto ao embaixador de Israel e empresa especializada testar tecnologia que produz água a partir da umidade do ar em escolas e hospitais da região. Poderemos, inclusive, negociar a instalação de fábrica no Nordeste para venda desses equipamentos”, disse no Twitter.
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