Brasil e Israel têm uma política de cooperação mútua, mesmo que em alguns períodos governos brasileiros não tenham apoiado o país do Oriente Médio. Na história recente, o Brasil teve papel preponderante para Israel, após o voto do diplomata Osvaldo Aranha, o que foi fundamental para a decisão da ONU na criação do Estado Judeu, em 1948.
Essas ligações mostram a amizade entre os dois países. Por causa disso, o chanceler de Israel, Yair Lapid, considera que o Brasil é um exemplo por adotar uma “política de oposição à discriminação contra Israel” em organismos internacionais.
“Israel tem uma parceria estreita e estratégica com o Brasil, enraizada em interesses e valores comuns, e apreciamos muito o apoio que recebemos do Brasil em instituições internacionais, incluindo as Nações Unidas”, afirmou à Folha de S.Paulo, em entrevista publicada nesta quarta-feira (29).
Considerado um político de centro em Israel, Lapid deve assumir o cargo de primeiro-ministro israelense em agosto de 2023, segundo as regras da coalização que venceu as últimas eleições no país.
O atual primeiro-ministro, Naftali Bennett, assumiu o cargo no lugar de Benjamin Netanyahu, antigo aliado do presidente Jair Bolsonaro. Em 2019, Lapid defendia que o governo de Israel precisava se afastar de líderes como Bolsonaro e Viktor Orbán. Agora, o chanceler elogia a política brasileira de apoiar Israel em foros internacionais.
O chanceler considera ainda que as relações comerciais entre os países é motivo de orgulho. “Hoje, vivemos uma época ainda melhor em termos de alcance e amplitude de nossa relação bilateral”, afirmou Lapid.
Sobre os episódios de antissemitismo registrados no Brasil e o crescimento de grupos antissemitas, o chanceler afirma que é uma situação que é monitorada na América Latina e no Brasil. Segundo ele, essa é uma tendência global que gera preocupação e uma das prioridades Israel é a segurança das comunidades judaicas.
“É por isso que estamos encorajados com a recente decisão do Brasil de ingressar na Aliança Internacional para a Memória do Holocausto”, disse. “Desde que assumi o cargo de ministro das Relações Exteriores, deixei claro que uma das principais prioridades globais de Israel será a luta contra o antissemitismo e o ódio em todas as suas formas.”.
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