Embora o Monte do Templo seja administrado pela Jordânia, o governo jordaniano tem usado as recentes tensões no local para pressionar Israel em relação ao “status quo” do local sagrado.
Na prática, a Jordânia quer aumentar as restrições e o controle sobre o Monte do Templo para evitar mais conflitos entre palestinos e israelenses.
Segundo a Reuters, autoridades da Jordânia disseram nesta quinta-feira (28) que notificaram os Estados Unidos para discutir o assunto com Israel após o fim do Ramadã, na próxima semana.
O objetivo da Jordânia seria incentivar Israel a “devolver as condições na mesquita às de 22 anos atrás”, informou a agência de notícias.
A Jordânia acusa Israel de ter mudado as restrições na mesquita desde 2000, permitindo que um número cada vez maior de judeus entrasse no local para orar.
Como funcionam as restrições no Monte do Templo?
Um dos principais pontos de conflitos entre árabes e israelenses, o Monte do Templo é sagrado para muçulmanos, judeus e cristãos. Desde a Guerra dos Seis Dias em 1967, foi acordado que a Jordânia administraria o local, enquanto Israel seria responsável pela segurança.
Cristãos e judeus só podem visitar o local como turistas e apenas por quatro horas por dia, cinco dias por semana. Israel também restringe o número de judeus nas visitas — até 2003, era limitado a cinco, depois foi aumentado para 10. Em 2010, foi aumentado para 20 e, em 2011, foi novamente aumentado para 50 de cada vez.
Por causa das tensões e conflitos, Israel passou a restringir também a entrada de homens muçulmanos acima de 50 anos.
Os confrontos nas últimas duas semanas entre palestinos e policiais israelenses no Monte do Templo alimentaram a preocupação sobre um conflito israelense-palestino mais amplo.
Por que a oração de judeus é um problema?
Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, reiterou que o país está comprometido em manter o status quo no Monte do Templo.
Mas a Jordânia e outros aliados árabes se irritaram com o apelo de Israel para manter a “liberdade religiosa” no local, já que isso poderia permitir a oração judaica no local, podendo provocar mais a ira dos árabes.
Nas redes sociais, surgiram registros de visitantes judeus orando silenciosamente no local. Israel afirmou que tais casos não são controlados pela polícia e não fazem parte de nenhuma mudança na política.
Após uma reunião na Jordânia sobre as tensões em Jerusalém, na semana passada, o ministro das Relações Exteriores de Amã disse que seus colegas estavam exigindo o fim da oração judaica no Monte do Templo.
“Nossas exigências são claras de que Al-Aqsa e Haram al-Sharif em toda a sua área são um único local de culto para os muçulmanos”, disse Ayman Safadi.
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