O líder político do grupo terrorista Hamas ameaçou na terça-feira (13) uma retaliação a qualquer mudança no acordo de “status quo” no Monte do Templo de Jerusalém, que limita as orações no local apenas para muçulmanos.
O Monte do Templo, chamado pelos árabes de Al-Haram Al-Sharif, é o local mais sagrado para os judeus e o terceiro mais sagrado para os muçulmanos.
“Não vamos permitir de forma alguma a implementação de planos sionistas na Mesquita de Al-Aqsa ou em Jerusalém de forma mais ampla”, disse Ismail Haniyeh na celebração do 35º aniversário do Hamas.
“A espada de Jerusalém não foi e nem será embainhada”, disse Haniyeh.
Os apoiadores do Hamas referem-se ao seu último grande conflito com Israel, em maio de 2021, que ficou conhecido como a “Batalha da Espada de Jerusalém”.
Israel reivindicou a soberania sobre toda Jerusalém após sua vitória na Guerra dos Seis Dias de 1967, mas permitiu que os locais muçulmanos fossem gerenciados pelo Waqf Islâmico, uma instituição da Jordânia.
Os judeus têm permissão para visitar o Monte do Templo, mas não podem fazer orações ali. Nos últimos anos, no entanto, judeus têm exigido o direito de orar no local, o que coloca o governo de Israel em uma posição delicada com os árabes.
Novo governo sionista de Israel abre caminho para judeus
Com a vitória de Benjamin Netanyahu nas eleições, surgiram em Israel especulações sobre a abertura do Monte do Templo para as orações judaicas. Isso por causa da nomeação do líder de direita Itamar Ben Gvir, para o Miistério da Segurança Nacional.
Na segunda-feira (12), Ben Gvir pediu o fim das restrições às orações, que ele acredita constituir um “apartheid” antijudaico no local sagrado.
Mas durante a formação da coalizão, Netanyahu derrubou uma proposta do partido de Ben Gvir, Otzma Yehudit, para mudar o status quo no monte.
Visão religiosa
Uma pesquisa em maio descobriu que 50% dos judeus israelenses acreditam que os judeus deveriam ter permissão para orar no Monte do Templo. Três em cada quatro entrevistados avaliam que a oração judaica demonstra a soberania israelense.
Muitos rabinos, no entanto, avaliam que a proibição de visitas ao Monte do Templo está de acordo com sua interpretação da lei judaica, porque os visitantes podem pisar em solo sagrado.
O principal rabino sefardita de Israel, Yitzhak Yosef, condenou as falas de Ben Gvir como “blasfêmia” em junho.
Histórico de conflitos
A possibilidade de haver uma mudança no status quo no local sagrado já provocou protestos violentos — contribuindo inclusive para a guerra entre Israel e grupos terroristas de Gaza no ano passado.
Haniyeh disse na terça-feira que “o Hamas fez um pacto com nosso povo sobre a abençoada Mesquita de Al-Aqsa e preservou a profundidade do senso islâmico de conexão com a nossa Jerusalém e a nossa Al-Aqsa”.
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