Apesar da preocupação de Israel com as demandas muçulmanas e internacionais para se desfazer das novas e mais restritivas estratégias de segurança no Monte do Templo, os grupos palestinos 'Fatah' e 'Hamas' declararam que a próxima sexta-feira será um "dia de ódio" contra os judeus.
Pouco depois desse apelo à violência, manifestantes palestinos entraram em confronto com a polícia israelense nesta quinta-feira (27), atirando pedras no local sagrado recentemente reaberto em Jerusalém.
"Nós apoiamos o que vocês fizeram e continuam fazendo", disse a Autoridade Palestina, segundo a agência de comunicação 'Palestinian Media Watch'.
"[Vocês estão] cuidando de sua mesquita Al-Aksa, sua terra, sua dignidade, seu povo, sua religião e seus locais sagrados", acrescentou o líder palestino Mahmoud Abbas, ao se referir ao Monte do Templo, usando o nome árabe que os palestinos deram ao local.
O Hamas também já estava festejando ataques de palestinos no Monte do Templo na última quarta-feira, chamando-os de a "Vitória na batalha pela Mesquita de Al-Aqsa". O grupo convocou seus partidários para enfrentarem as forças de segurança israelenses nesta sexta-feira como uma reação "aos eventos recentes para impedir Israel de continuar com infrações contra nossa nação e nossos locais sagrados", informou a agência 'National News', de Israel.
"A Mesquita [Al-Aqsa] exige sua consciência e sua honra, porque é impossível continuarmos calados diante das tentativas da ocupação israelense de começar uma nova realidade lá", disse o presidente do politburo do Hamas, Ismail Haniyeh, em uma carta publicada pelo jornal al-Risala, de acordo com o Jerusalem Post.
No início da manhã desta quinta-feira, os últimos vestígios de equipamentos de segurança foram removidos da área que compreende o Monte do Templo e os muçulmanos tiveram permissão para entrar no local em vez de se reunirem na rua fora da entrada.
"Os detectores de metal e as câmeras que foram colocadas fora do Monte do Templo após o ataque terrorista no local, quando dois oficiais foram assassinados, já foram removidos", confirmou o porta-voz da polícia israelense em um comunicado.
A Jordânia celebrou a remoção dos detectores de metal e câmeras de vigilância, chamando Israel de "o poder de ocupação" que "não tem o direito de impor" mudanças no local.
Israel instalou os detectores de metal e as câmeras de segurança após três árabes contrabandearem armas do norte para o Monte do Templo (supostamente com a ajuda de um funcionário da Wakf, uma organização islâmica que controla diversos edifícios em volta de locais sagrades, como o Monte do Templo) e os usarem para atacar forças de segurança israelenses na entrada e depois no próprio Templo.
Ambos as fações palestinas - Fatah e Hamas - também celebraram a remoção dos equipamentos de segurança, declarando o fato como como vitória do islamismo sobre Israel.
Decepção
Mas muitos judeus estão desapontados com a decisão de remover as instalações de segurança do Monte do Templo.
"A questão é que muitos deles [palestinos] são ensinados desde uma idade muito precoce a matar judeus", disse um israelense expressando sua indignação, em depoimanto à CBN News.
O jornalista muçulmano Bassam Tawil concordou com o rapaz israelense, dizendo: "Eles estão protestando porque Israel está tentando dificultar a morte de judeus".
Conflitos com a Turquia
Enquanto isso, o presidente islâmico de Turquia, Recep Tayyip Erdogan, acusou Israel de "usar força excessiva" e "contaminar" o Monte do Templo.
"Os soldados israelenses estão contaminando al-Aksa com suas botas de combate, usando desculpas simples para facilmente derramar sangue por lá", disse Erdogan.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, respondeu dizendo: "Erdogan é a última pessoa que pode criticar Israel", citando a ocupação da Turquia no norte de Chipre e sua história com os curdos.
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