O mistério das minas do rei Salomão ainda não foi solucionado, mas os pesquisadores descobriram o corante usado para tingir tecidos na área das minas de cobre de Timna, a cerca de 30 quilômetros ao norte de Eilat. Acredita-se que as minas, uma vez atribuídas aos homens mais sábios, foram criadas pelo povo antagonista dos israelitas, os edomitas.
As escavações, realizadas desde 2013 no vale de Timna e dirigidas pelo Dr. Erez Ben-Yosef, da Universidade de Tel Aviv, recuperaram dezenas de fragmentos têxteis de 3.000 anos que foram preservados graças às condições climáticas áridas extremas da região. Os tecidos datam do reinado de Salomão, na Idade do Ferro (11-10 séculos aC), e alguns são decorados com um padrão de cores vermelhas e azuis.
A descoberta é a primeira evidência do uso de uma tintura à base de plantas em Israel e no Mediterrâneo Oriental. Segundo os pesquisadores, os trabalhadores da fábrica provavelmente recebiam roupas coloridas como marcas de seu alto status, na época.
O estudo, liderado pelo Dr. Naama Sukenik, da Autoridade de Antiguidades de Israel e Dr. Erez Ben-Yosef, da Universidade de Tel Aviv, em cooperação com uma equipe de pesquisa da Universidade Bar-Ilan, foi publicado na última quarta-feira (28) pela revista 'PLOS ONE'.
A análise dos corantes mostrou o uso de duas plantas principais: Madder, cujas raízes forneciam um tintura vermelha, e Pastel, um corante azul criado em um processo longo e complexo que envolve redução e oxidação que durou vários dias. Ambas as plantas estão entre os componentes de corantes mais conhecidos do mundo antigo e foram utilizadas até o advento de corantes sintéticos.
A região de Timna, onde os corantes foram descobertos foi um importante local de fundição e mineração para a produção de cobre.
Segundo os pesquisadores Ben-Yosef e Dr. Naama Sukenik, da Autoridade de Antiguidades de Israel, as descobertas "indicam que a sociedade em Timna, identificada como o Reino de Edom, era hierárquica e incluía uma classe alta que teve acesso a têxteis coloridos e de prestígio".
Ben-Yosef e Sukenik explicam que o contexto em que os tecidos foram encontrados sugere que os trabalhadores da fábrica, responsáveis pelo funcionamento dos fornos de fundição eram membros daquela classe alta, gozavam de alto status social e usavam roupas de cores distintivas, graças à considerável habilidade necessária para dominar o processo de transformar pedra em cobre.
"Nesse sentido, os resultados são uma inovação real, já que eles contradizem a suposição de pesquisa anterior de que os fornos no coração do deserto eram operados por escravos", disseram Ben-Yosef e Sukenik.
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