Mari Mendes fala sobre o "O Relógio de Nina", livro narrado pelo próprio Tempo

A autora falou ao Guiame sobre a publicação de seu primeiro livro.

Fonte: Guiame, Luana NovaesAtualizado: quinta-feira, 16 de dezembro de 2021 às 14:50
O Relógio de Nina foi escrito por Mariana Mendes. (Foto: Mari Mendes/Instagram)
O Relógio de Nina foi escrito por Mariana Mendes. (Foto: Mari Mendes/Instagram)

O tempo é o recurso mais precioso, e também o mais desperdiçado. Com o romance "O Relógio de Nina", a autora Mari Mendes mostra, de forma leve e poética, que o tempo não precisa ser inimigo na vida de pessoas comuns.

“O livro tem a intenção de nos lembrar que as pessoas importam, os detalhes importam, o eu te amo, o abraço, um bilhetinho, tudo isso importa, e que o tempo é incerto e que ele não para, então talvez nós deveríamos parar e repensar”, disse Mari Mendes em entrevista ao Guiame.

"O Relógio de Nina", lançado pela Editora Viseu, é o primeiro livro publicado por Mari, de 27 anos. Escrever sempre fez parte da vida da autora, que também é colunista do Guiame.

O livro é narrado pelo próprio Tempo, que foi personificado. A protagonista, Nina, reflete a vida de uma pessoa comum. Para adquirir a obra, acesse o site da Viseu.

Confira abaixo a entrevista completa com Mari Mendes:

Guiame: Como surgiu a ideia de escrever um livro narrado pelo tempo?

Mari Mendes: Venho testando escrever um livro desde muito nova, e em todas as experiências e ideias que tive, sempre tentava encontrar algo que deixasse a narrativa diferente. Também amo ler, como imagino que acontece com todos que amam escrever, e um dos meus livros favoritos, que li ainda adolescente, é A Menina Que Roubava Livros, um livro narrado pela Morte. Sempre amei o fato de o livro ter um narrador tão diferente. 

Então busquei algo que existe e que rege muito da nossa vida, como seria se aquele algo pudesse falar? Como ele se comportaria? O que pensaria? Então tudo surge inspirado em leituras que amo com a vontade de trazer algo diferente e instigante. Afinal, se pudesse, acredito que gostaria de conversar com o tempo.


O Relógio de Nina foi escrito por Mariana Mendes. (Foto: Mari Mendes/Instagram)

Guiame: A Nina, personagem principal, foi inspirada em alguém em sua vida real?

Mari Mendes: Não foi. Claro que para criar os traços da Nina usei inspirações em mim mesma, como o amor por livros, pela língua portuguesa, por dar aulas, as tentativas de escrever um livro, o fato de ela ser mais quieta e reservada. Mas no geral, a Nina não tem nada a ver comigo, nem todas as coisas que acontecem com ela. Tudo foi criado para o livro em si. Muitas inspirações da vida real: sim, mas especificamente alguém: não.

Guiame: De que forma esse livro pode abrir os olhos das pessoas para valorizar o tempo?

Mari Mendes: Gosto muito de livros antigos, como os livros de Jane Austen, Lucy M. Montgomery, Louisa May Alcott, e uma coisa que você percebe sobre a narrativa delas é: estão narrando uma vida comum e ao mesmo tempo é extraordinário e inspirador. Pensei então em narrar uma vida comum, sem um grande acontecimento, mas o cotidiano possível de uma pessoa normal, com seus altos e baixos, encontros e desencontros. 

O tempo não para, ele não nos espera, mas por que ele precisa ser nosso inimigo? E se a gente aprendesse a aproveitar o tempo, a investir tempo, a saber no que despender nosso tempo? Acredito que cada vez mais as prioridades vêm se invertendo, as coisas e não as pessoas ocupam o topo, e isso não é novidade, mas estamos deixando acontecer. No entanto, por mais clichê que seja, (e algo que falo no livro e é verdade: a vida está realmente cheia deles), no fim o que importa? Queremos estar rodeados de conquistas materiais, ou de pessoas que amamos? O que define sucesso para cada um? 

Porque aprendi que sucesso é ter minha família em volta da mesa, unida, compartilhando alegrias e dores e nada pode ser mais rico que isso. E não sabemos por quanto tempo os teremos ou estaremos aqui. O livro tem a intenção de nos lembrar que as pessoas importam, os detalhes importam, o eu te amo, o abraço, um bilhetinho, tudo isso importa, e que o tempo é incerto e que ele não para, então talvez nós deveríamos parar e repensar.

Guiame: Quais seus planos futuros? Pretende continuar escrevendo livros?

Mari Mendes: Com certeza pretendo continuar. Escrever é meu sonho mais antigo, mas não um sonho fácil. Existem muitos autores incríveis tentando viver nesse mundo literário. Acredito que cada passo que conseguimos dar é uma vitória, e estou muito feliz em ter o primeiro livro lançado e receber tantos feedbacks positivos. 

Sigo orando para saber quais serão os próximos passos. Posso afirmar que já estou trabalhando em novos projetos e espero que tenha a oportunidade de concretizá-los. Porque investir tempo nos nossos sonhos vale a pena!

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