Em um dos anos mais atípicos, cuidar da saúde mental nunca foi tão importante. De acordo com a pesquisa feita pela organização espanhola Malasmadres, 70% das mulheres estão mais cansadas hoje do que antes da pandemia e 86% se sentem apáticas, tristes e desmotivadas neste período.
Em meio a este caos mundial, a autora da peça aclamada “Divas no Divã”, que ficou em cartaz em todo Brasil por 15 anos, e também terapeuta de mulheres há duas décadas, Cris Linnares, acaba de lançar seu livro, que aborda formas de ressignificar momentos difíceis e libertação de pensamentos prisioneiros.
Através de um profundo diálogo consigo mesma, a autora desenvolve e ensina como aplicar o método CRASY (Cansar, Reconhecer, Assumir, Seguir e Yes) em seu livro “Doidas no Divã”, que inicia sua história quando, em um sonho, recebe a mensagem para mudar para os Estados Unidos, porque encontraria seu amor verdadeiro. Mesmo com sua peça em cartaz, Cris ouve sua voz interior e mergulha, de vez, nessa ‘loucura’ – assim chamada pelos amigos e familiares.
Como acompanhante de viagem, a autora carrega uma bíblia que ganhou de sua avó – mulher cristã de muita fé - que sempre tentou convencer a neta da existência de Deus. A leitura inicia no avião, quando ao se deparar com a história de Moisés, com bom humor, faz a analogia “E se Moisés fosse mulher?” e seus possíveis desdobramentos.
Com data marcada para retorno ao Brasil, praticamente desesperançosa com a ideia de encontrar seu par ideal, começa a orar a Deus e é apresentada a um homem que muda sua vida. Os anos passam, eles se casam e logo vem a maior dificuldade: o sonho americano se tornou um pesadelo ao lidar com costumes, cultura e idioma diferentes.
Cada dia mais, Cris se sentia sozinha, excluída, tinha medo de falar com as pessoas para não errar o inglês e, após desenvolver depressão pós parto, deixou de se reconhecer, chegando à síndrome do pânico.
Linnares, que já era psicóloga e terapeuta de mulheres, começou a se auto analisar e identificou um padrão de comportamento que ela chamou de Três Pensamentos Prisioneiros que sempre a sabotavam: o perfeccionismo, a preocupação e a procrastinação. “É possível se libertar desses achismos e criar uma vida mais autêntica e verdadeira. O resultado, possivelmente, é você ser chamada de louca“, conta Cris.
Permitindo-se sair do padrão de comportamento, a autora notou grandes resultados, até que foi convidada e começou a palestrar em pequenos grupos femininos de academias americanas e, aos poucos, ganhou visibilidade, até que criou ONG Women's Impact, que apoia mulheres e crianças em situação de extrema vulnerabilidade. Todo trabalho a rendeu o título de única brasileira como uma das 50 heroínas dos Estados Unidos por seu trabalho com saúde mental e empoderamento feminino, segundo a revista Glamour.
Com os projetos em solo americano em ascensão, a escritora já acreditava que existia um Deus, mas ainda assim sentia grande vazio em sua essência e uma exaustão física, até que, em oração, lembrou-se de um versículo que tinha em um quadro em sua casa, quando criança: “Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28).
Após refletir sobre esta memória, Cris Linnares sentiu pela primeira vez que uma paz tomou conta de si e, neste encontro com Cristo, soube qual era sua missão. Passou a ler materiais que comprovam a cura através da fé e decidiu que não usaria mais seu título de formação, então passou a realizar terapias em grupos com mulheres, utilizando o amor de Deus como principal fonte de tratamento.
Hoje em dia, para a autora, a ‘loucura’ tem um significado diferente dos dicionários convencionais. Ao ouvir de um terapeuta que depressão, síndrome do pânico, ansiedade era o “novo normal”, Cris buscou na bíblia um novo significado e, ao ler que “a sabedoria de Deus é loucura para os homens” (Coríntios 1:25), definiu como meta de vida, abraçar essa loucura. Inclusive, recomenda: “Use-a em seu favor: está tudo bem não estar bem. Ela faz parte, não é fácil ser mulher e não ser taxada dessa forma, aliás, as pessoas mais inspiradoras que conheci foram chamadas de doidas por aqueles que acreditam que viver uma vida normal é o certo” finaliza a escritora Cris Linnares.
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