Mais de 400 milhões de cristãos vivem em países que perseguem igrejas — e essa perseguição só está piorando, segundo o diretor da organização Ajuda à Igreja que Sofre na Itália.
Alessandro Monteduro disse ao site Vatican News, em entrevista publicada na semana passada, que há cerca de 416 milhões de cristãos vivendo “em terras de perseguição”.
“Quero esclarecer que ‘morar em terras de perseguição’ não significa ‘ser perseguido’, mas viver em uma terra de perseguição, porém, expõe você todos os dias a riscos devido ao comportamento dos perseguidores”, explicou Monteduro.
Ele diz ainda que 2021 foi um “ano de dor e sofrimento” para os cristãos perseguidos ao redor do mundo. “Infelizmente, todos os relatórios das agências de caridade, mas também aqueles relatórios que envolvem os Estados mais dispostos a fazê-los, como os EUA e a Grã-Bretanha, falam de um endurecimento de suas condições”, observou.
Monteduro também disse ao Vatican News que em “certas áreas do planeta”, como o continente africano, “o sofrimento das comunidades cristãs está piorando” devido à intolerância religiosa.
“Por toda a África, da África Subsaariana à África Oriental, existem pelo algumas dezenas de organizações terroristas que têm a ambição, de seu ponto de vista, de instalar califados em seus territórios. Me refiro a países como Burkina Faso, Níger, Chade, Mali, Camarões ou o próprio norte da Nigéria”, disse ele.
Monteduro também falou sobre a violenta perseguição na Índia, provocada por locais que acusam grupos cristãos de converter hindus ao cristianismo. Ele lembra que o mesmo acontece em outros países da Ásia, como Mianmar e Paquistão.
Falando sobre o Paquistão, Monteduro comenta o drama vivido por muitas meninas, que são “sequestradas e convertidas à força, estupradas e forçadas a se casar com seu sequestrador”.
No entanto, ele lamenta por acontecimentos como estes não indignarem a sociedade ocidental. Apesar das denúncias das organizações cristãs, Monteduro diz que não há “o clamor adequado” por parte dos governos e imprensa. “Há muita indiferença em relação a essas tragédias”, afirma.
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