Na Nigéria, um grupo de pastores fulani matou 43 pessoas em duas aldeias predominantemente cristãs, no estado de Nasarawa. O ataque iniciou no dia 11 de maio e durou até as primeiras horas do dia 12.
O reverendo Daniel Danbeki da Igreja Evangélica Ganhando Todos (ECWA), na vila de Takalafiya, do condado de Karu, e sua esposa foram mortos em casa.
“Um de nossos pastores, o reverendo Daniel Danbeki, e sua esposa estão entre os 43 cristãos mortos durante os ataques. E isso sem contar nosso prédio de culto que foi queimado e muitas casas destruídas nas duas comunidades”, disse o presidente do Conselho Distrital da Igreja da ECWA, Rev. Danladi Ndoh, em um comunicado.
O morador de Takalafiya, Livinus Dandaura, contou que os extremistas atacaram por volta das 21h.
“A maioria das vítimas mortas durante o ataque são mulheres, crianças e idosos, já que a maioria não conseguiu escapar quando os terroristas e pastores muçulmanos armados atiraram aleatoriamente em qualquer um que avistaram durante a emboscada na aldeia”, disse ele ao Morning Star News.
Isaac Dabu, outro residente do local, informou que os feridos receberam tratamento no Centro Médico Federal, uma unidade de saúde pública em Keffi.
“Escrevo com muito cuidado, pois tenho ido ao Centro Médico Federal, Keffi, quase todos os dias para verificar meu povo que foi atacado por pastores Fulani e terroristas em Takalafia e, para minha surpresa, nenhum funcionário do governo os visitou ou prestou qualquer tipo de ajuda”, disse ele.
E continuou: “Essas vítimas cristãs foram deixadas à mercê de Deus, com suas contas médicas se acumulando, sem ninguém para pagar as contas”.
Devido a falta de cuidados médicos especializados, quatro feridos morreram no hospital.
“Um médico do hospital me disse que nada pode ser feito clinicamente para os feridos, já que os funcionários do governo do estado de Nasarawa não fizeram nenhum esforço para pagar as contas médicas das vítimas”, afirmou Isaac.
Segundo ele, os funcionários do governo do estado de Nasarawa não noticiaram nenhuma informação sobre o ataque, nem prestaram qualquer assistência aos cristãos que estão espalhados no estado de Nasarawa e nas proximidades de Abuja.
Sete vítimas do ataque em Takalafiya eram seus parentes:
“Qual é o pecado cometido pelos cristãos nas comunidades de Takalafiya e Gwanja? É porque somos cristãos que estamos sendo atacados, e o governo estadual e federal controlados pelos muçulmanos não se importam em nos proteger?”, questionou ele.
Isaac contou que os cadáveres das 43 pessoas mortas nos ataques às aldeias de Takalafiya e Gwanja foram enterrados em uma vala comum por funcionários do governo do estado de Nasarawa e agências de segurança no dia 13 de maio.
“Os corpos dos 43 cristãos foram enterrados em massa sem o consentimento de parentes sobreviventes da comunidade”, disse ele.
Posicionamento do governo
Emmanuel Akabe, vice-governador de Nasarawa, compareceu ao funeral dos cristãos mortos na vila de Takalafiya, que foi promovido pelos líderes da ECWA.
Akabe expressou choque com os assassinatos e disse que o governo do estado de Nasarawa investigaria os motivos do ataque e prenderia os agressores.
O presidente do Conselho do Governo Local de Karu, James Thomas, condenou os ataques:
“Acho difícil entender a lógica por trás desses ataques bárbaros. Quero pedir calma às comunidades afetadas e assegurar que trabalharemos em estreita colaboração com os órgãos de segurança para prender os autores do ato, a fim de que enfrentem toda a ira da lei”.
Em 2022, a Nigéria liderou o mundo em cristãos mortos por sua fé com 5.014, de acordo com a Lista Mundial da Perseguição de 2023, da missão Portas Abertas.
Também liderou o mundo em cristãos sequestrados com um total de 4.726, agredidos ou assediados sexualmente, casados à força ou abusados física ou mentalmente, e teve o maior número de casas e empresas atacadas por motivos religiosos.
“O governo da Nigéria continua a negar que isso seja perseguição religiosa, então as violações dos direitos dos cristãos são realizadas com impunidade”, observou o relatório.
Líderes cristãos na Nigéria acreditam que os ataques de pastores às comunidades cristãs no Cinturão Médio da Nigéria são motivados pelo desejo de tomar à força as terras dos cristãos e impor o Islã, já que a desertificação fez com que ele enfrentassem dificuldades para sustentar seus rebanhos.
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