Acusado de 'blasfêmia' contra Maomé, cristão é assassinado por multidão na Nigéria

Methodus Chimaije Emmanuel foi atacado e morto por uma multidão na cidade de Pandogari no centro da Nigéria, sob alegações de que ele teria "postado comentários ofensivos contra Maomé" nas mídias sociais.

Fonte: Guiame, com informações do Christian TodayAtualizado: quarta-feira, 1 de junho de 2016 às 14:34
A violência se intensificou e outras três pessoas foram mortas, enquanto a multidão invadiu a cidade, queimou uma igreja e saqueou dezenas de lojas. (Foto: Reuters)
A violência se intensificou e outras três pessoas foram mortas, enquanto a multidão invadiu a cidade, queimou uma igreja e saqueou dezenas de lojas. (Foto: Reuters)

Um nigeriano cristão foi assassinado, depois que ele supostamente ter feito comentários ofensivos sobre o profeta Maomé.

Methodus Chimaije Emmanuel foi atacado e morto por uma multidão na cidade de Pandogari no centro da Nigéria, no último domingo (29), segundo o Exército do país confirmou. A violência se intensificou e outras três pessoas foram mortas, enquanto a multidão invadiu a cidade, queimou uma igreja e saqueou dezenas de lojas.

O exército nigeriano disse que impôs um toque de recolher do pôr do sol até o amanhecer e restaurar a ordem na cidade, que fica em uma das principais estradas de ligação entre norte e sul do país, no Oeste Africano.

Um comunicado do major NC Agwu, o diretor-assistente de relações públicas do Exército, disse que prisões foram efetuadas após os atos de violência e os suspeitos do assassinato foram entregues à polícia local.

A declaração dizia: "Por volta das 18h no domingo, 29 de maio de 2016, o Sr. Methodus Chimaije Emmanuel, um comerciante de 24 anos, morador de Pandogari, Rafi LGA foi atacado e morto por uma multidão na cidade, sob alegação de ter postado uma declaração de blasfêmia contra o profeta Maomé nas mídias sociais".

"Tropas da 31ª Brigada de Artilharia da 1ª Divisão do Exército nigeriano rapidamente fizeram uma intervenção e restauraram a lei e a ordem, enquanto um toque de recolher foi imposto na cidade", acrescentou.

Na segunda-feira pela manhã, no entanto, os manifestantes usaram de mais violência, saqueando lojas e bloqueando a Lagos, na estrada de Kaduna, uma grande via que liga as partes norte e sul do país.

"Mais uma vez, as tropas em conjunto com o pessoal da polícia da Nigéria, forças de segurança e a Defesa Civil (NSCDC) assumiram o controle da situação para evitar a escalada de violência e de qualquer ameaça à paz na cidade", acrescentou o comunicado

Ataques contra cristãos não são incomuns na Nigéria, enquanto o país está dividido entre um norte predominantemente muçulmano e um sul cristão.

A Comissão Internacional dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa oficializou um comunicado no mês passado, no qual apontou a Nigéria como um "país de preocupação particular". Foram relatados "altos níveis de desconfiança em relação às pessoas de outras religiões e altos níveis de preocupação com o conflito religioso".

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