Após ter sua esposa assassinada, pastor ganha direitos sobre terreno de igreja na China

Li Jiangong, da Igreja Beitou, chegou a ser enterrado vivo, junto à sua esposa, após ambos tentarem impedir a demolição do templo de sua igreja. O pastor conseguiu escapar com vida, mas sua esposa não resistiu e morreu sufocada.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: sexta-feira, 29 de abril de 2016 às 18:00
Cristãos chineses têm sofrido intensa perseguição do Partido Comunista, que tem ordenado a remoção de cruzes e até mesmo a demolição de diversas igrejas. (Foto: Reuters)
Cristãos chineses têm sofrido intensa perseguição do Partido Comunista, que tem ordenado a remoção de cruzes e até mesmo a demolição de diversas igrejas. (Foto: Reuters)

O líder de uma igreja chinesa em Henan, cuja esposa foi enterrada viva no início de abril, após tentar impedir a demolição do templo, ganhou os direitos sobre a terra onde a igreja foi destruída.

A organização de Direitos Humanos 'China Aid', que cobre notícias de perseguição no país mais populoso do mundo, informou na última quinta-feira que Li Jiangong, da Igreja Beitou, que foi destruída por ordens das autoridades do Partido Comunista, foi avisado dito por uma comissão administrativa que o terreno onde o incidente aconteceu é dele e que ele tem o direito de usá-lo como um local para cultos.

A esposa do líder da igreja, Ding Cuimei, foi morta em 14 de abril, depois que ela e seu marido tentaram impedir que os oficiais seguissem com a demolição templo e foram propositadamente empurrados em uma cova e cobertos com terra.

Embora Li tenha conseguido cavar e escapar ainda com vida, sua esposa Ding não suportou e morreu sufocada, antes que pudesse ser resgatada.

A demolição da igreja era parte de uma campanha do governo em curso, que já demoliu removeu centenas de cruzes dos templos cristãos e também demoliu várias igrejas, considerando-as como "edificações ilegais". A 'China Aid' e outros grupos de vigilância já disseram, no entanto, que a campanha tem mais a ver com a preocupação do Partido Comunista com relação à população cristã em ascensão no país.

Dois membros do grupo designado à demolição, que enterraram vivos o líder da igreja e sua esposa já foram presos pelas autoridades locais, mas Li disse que ele está preocupado, porque nenhuma acusação formal foi anunciada contra os homens.

Bob Fu, presidente da China Aid, ecoou essas preocupações, e disse que, embora seja uma boa notícia que Li tenha conseguido o direito de posse sobre o terreno, a lei deve ser aplicada contra os culpados pela morte de Ding.

"Enquanto nós estamos contentes em ver que as autoridades locais agiram rapidamente sob pressão internacional para dar à Igreja, o direito ao terreno, estamos preocupados que a justiça ainda não foi feita para a família da mártir [Ding]", disse Fu.

"A esposa do pastor Li, Irmã Ding Cuimei, foi brutalmente assassinado em 14 de abril. Apelamos às autoridades chinesas, que prendam os autores deste crime ​​com uma investigação justa e um processo judicial padrão, com plena justiça e representação legal sem obstáculos, pelo advogado de direitos humanos com base Li Dunyong".

O governo chinês disse que a demolição de "prédios ilegais" é parte de uma campanha chamada de 'embelezamento', conhecida como "Três retificações e Uma demolição", e disse que os governos locais renovam bairros antigos, instalações industriais, e aldeias urbanas, removendo tais edifícios.

Em uma declaração separada na semana passada, o presidente chinês Xi Jinping explicou a sua visão para o país, dizendo aos membros de seu partido que eles devem ser "ateus inflexíveis", dispostos a comandar os cristãos e outros grupos religiosos no país.

"Os grupos religiosos devem aderir à liderança do Partido Comunista da China", disse Xi aos altos funcionários do partido.

"Devemos orientar e educar os círculos religiosos e seus seguidores com os valores socialistas centrais", acrescentou.

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