As boas-novas que o mundo espera - Coluna Sérgio Dias

As boas-novas que o mundo espera - Coluna Sérgio Dias

Fonte: Atualizado: terça-feira, 1 de abril de 2014 às 03:49

No primeiro texto que escrevi abordei o tema da resposta da igreja de hoje ao mundo pós-moderno. Falei que a resposta não era adequada ao caráter essencial da igreja, caráter esse missionário, deixado por Jesus: amar incondicionalmente.

E um fato lamentável, e espero que seja isolado, ocorreu aqui no Rio de Janeiro. A invasão de um Centro Espírita (ou terreiro de macumba, no popular mesmo) por parte de pessoas travestidas de evangélicos. Os infelizes quebraram tudo e ameaçaram os freqüentadores do lugar. Por tamanha paralisia intelectual, os meliantes foram punidos com multas pesadas em dinheiro.

No mesmo dia, assistindo televisão, parei num programa humorístico. O bom humor dos apresentadores, todos de preto e óculos escuros, chamou-me a atenção. Mas o fato é que durante uma matéria da Marcha para Jesus (como se Ele precisasse de alguma marcha para mostrar algo para a sociedade...), o repórter inexperiente abordou dois gays que acompanhavam a referida manifestação gospel. Ambos foram questionados sobre o que faziam ali, no que pesaria em duras represálias por parte dos crentes (o que acredito ter acontecido), e disseram ter fé em Jesus e segui-Lo independentemente de serem gays. Aquilo me chocou! Não pelo fato de serem gays, mas pela aparente sinceridade deles.

Explico: se um gay entrasse em nossas igrejas e se sentasse para assistir ao culto, qual seria a reação? O movimento evangélico de hoje já colocaria a mão na cabeça do indivíduo e amarraria o suposto demônio... Me lembra a passagem da prostituta que seria apedrejada e que Jesus interveio na crise para salvá-la, literalmente. Estamos ficando, irmãos, exímios fariseus! Amamos os "ex" isso ou "ex" aquilo, mas não conseguimos amar, evangelizar e discipular a pessoa enqüanto ela ainda permanece no pecado! Queremos logo tirar "a coisa ruim" dessas pessoas, sem antes nos preocuparmos em tratá-las, ouvi-las, saber o que sofreram e sofrem ou o que esperam da vida. Nem deixamos que conheçam a Deus através de nós, de nosso testemunho e conhecimento. Botamos sim é o dedo na cara e dizemos: está errado! O homossexualismo está errado diante de Deus, sim! Isso é imutável! Assim como roubar, mentir, usar o dinheiro dos órfãos e viúvas de forma errada...

Precisamos amá-los primeiro para depois, aí sim, deixar o poder do Evangelho transformá-los. Se quiserem freqüentar as nossas igrejas sendo gays ou lésbicas, que permitamos! Não devemos ser é permissivos com seus erros. Mas a Palavra de Deus é que transforma, e não nossos gritos esquizofrênicos ou dedos em riste apontados para os "pecadores".

Será que não cremos no poder restaurador da Palavra? E o chamado missionário em nossas próprias fronteiras?

De fato, as boas-novas que o mundo espera da Igreja de Cristo está anos-luz distante do quadro que citei acima. O que o mundo espera é a plena e total manifestação do amor de Deus, revelado na vida dos crentes, pelas almas que se perdem diariamente. Amar é mais do que uma condição; é uma atitude, uma decisão, que deve partir primeiramente de nós, quebrando totalmente nossos juízos e conceitos. Somente depois, a pessoa alvo de nosso amor o retribuará. Não foi exatamente assim que o Senhor Jesus fez conosco?

Sergio Dias é jornalista, bacharelando em Teologia pelo Seminário Betel (RJ). Atua no mercado de comunicação evangélico há 11 anos. Trabalhou nas rádios Melodia FM e Nossa Rádio FM, nos jornais Palavra e Sports (RJ), em programas de televisão, e atualmente coordena o conteúdo do Portal e da Redação da Junta de Missões Mundiais da CBB.

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