Autoridades do Sudão libertam um dos dois pastores presos injustamente

Desde que os pastores tinham sido presos no ano passado (2015), os cristãos do Sudão e de outros lugares oraram fervorosamente para que os líderes e outros cristãos detidos em razão de sua fé, fossem libertos.

Fonte: Guiame, com informações do Morning Star NewsAtualizado: quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016 às 14:07

Autoridades sudanesas libertaram um dos dois pastores detidos em dezembro, segundo fontes locais.

O Rev. Kwa Shamaal - líder do ministério de missões da Igreja de Cristo Sudanesa (SCOC) - havia sido preso no dia 18 de dezembro e chegou a ser liberto três dias depois, mas foi obrigado a apresentar-se diariamente ao escritório da Inteligência Nacional e Serviços de Segurança (NISS), onde permanecia detido de 08h até meia-noite, disseram as fontes. Porém, esta exigência foi suspensa no dia 16 de janeiro.

O colega de Shamaal, o Rev. Hassan Abdelrahim Tawor - vice-moderador da mesma igreja - permanece detido, mesmo sem que haja acusações concretas contra ele.

Funcionários do NISS teriam se revoltado pelo fato de os pastores afirmarem que os cristãos enfrentam perseguição no Sudão. As autoridades haviam detido os dois pastores em suas respectivas casas, simultaneamente. Nenhuma acusação foi feita contra eles, embora as autoridades do Serviço de Inteligência teriam manifestado oposição às atividades cristãs dos pastores.

Desde que os pastores tinham sido presos no ano passado, os cristãos do Sudão e de outros lugares oraram fervorosamente para que os líderes e outros cristãos detidos em razão de sua fé, fossem libertos.

"Por favor, dê o seu melhor em oração, e deixe o resto para o Deus Todo-Poderoso", disse um líder de seu grupo de oração.

"Nós realmente sentimos muito a sua falta, meu pai", escreveu o filho de Abdelrahim em um post no Facebook.

Os dois líderes da igreja são da região montanhosa de Nuba, no estado de Kordofan do Sul. A etnia nuba, juntamente com os cristãos, enfrentam grande discriminação no Sudão, onde o presidente Omar al-Bashir prometeu adotar uma versão mais rigorosa da lei Sharia (interpretação extremista da lei islâmica) e reconhecer apenas a cultura islâmica e a língua árabe no país.

Um templo da igreja de Shamaal foi demolido na área de Hai Al Thiba Hamyida, em Cartum do Norte, nos dias 29 e 30 de junho de 2014. No ano passado, depois de demolir o templo de uma igreja luterana do Sudão (LCS), em 21 de outubro, as autoridades da área de Karari também demoliram outro templo da Igreja de Cristo Sudanesa, em 27 de outubro, sem aviso prévio, segundo informaram líderes da denominação. As autoridades locais disseram que o edifício da igreja estava em terras do governo, mas uma reivindicação da liderança da igreja negou a informação.

O povo de Nuba têm queixas de longa data contra a capital do país, Cartum - incluindo a negligência, opressão e conversões forçadas ao islamismo em uma 'guerra santa', desde 1990. Mas como cidadãos sudaneses no lado norte da fronteira, eles nunca tiveram a opção de secessão no pacto de paz de 2005 entre o norte e sul do Sudão.

Os rebeldes das Montanhas de Nuba se envolveram anteriormente com as forças do Sudão do Sul, formando o Exército Popular de Libertação (SPLA), que já lutava contra Cartum antes mesmo do Acordo de Paz Global 2005 (CPA).

Os combates entre o Sudão e o Sudão do Sul eclodiram em junho de 2011, quando Cartum vigorosamente tentou desarmar o SPLA-N em Kordofan do Sul pelo uso da força, em vez de aguardar um processo de desarmamento, como previsto no acordo de paz. Quando o CPA foi assinado em 2005, o povo de Kordofan do Sul votou sobre a sua escolha de apoiar o norte ou sul, mas o governador do Estado suspendeu o processo.

Devido ao seu tratamento dado aos cristãos e outras violações dos direitos humanos, o Sudão foi classificado pelo Departamento de Estado EUA como um "País de Preocupação Específica", desde 1999. A Comissão Internacional dos EUA sobre Liberdade Religiosa recomendou que o país permaneça na lista de seu relatório de 2015.

O Sudão está em oitavo lugar do ranking de perseguição religiosa, listado pela Missão Internacional Portas Abertas para 2016.

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