China derruba igreja evangélica de 3.000 lugares durante o culto

As autoridades também prenderam os pastores da igreja por suspeita de "reunir uma multidão para perturbar a ordem social".

Fonte: Guiame, com informações da China AidAtualizado: terça-feira, 22 de outubro de 2019 às 11:57
Escavadeira do governo chinês destrói igreja cristã. (Foto: Reprodução/China Aid)
Escavadeira do governo chinês destrói igreja cristã. (Foto: Reprodução/China Aid)

As autoridades comunistas chinesas destruíram uma grande igreja de 3.000 lugares no fim de semana, usando uma escavadeira enorme enquanto membros e cidadãos assistiam à demolição desamparados.

De acordo com a China Aid, os fiéis estavam no meio do culto quando a destruição ocorreu.

Esse tipo de ação e intimidação não é incomum na China, o que diferencia essa demolição é o fato de a igreja estar realizando um culto quando os equipamentos chegaram para destruir o prédio.

O grande edifício - que se assemelhava a muitas igrejas nos Estados Unidos e era coberto com uma torre e uma cruz - estava localizado na província de Anhui, que fica na parte oriental do país e tem cerca de 60 milhões de habitantes e onde recentemente o pastor foi preso por se recusar a tirar a cruz da fachada da igreja.

A congregação fazia parte da rede oficialmente reconhecida de igrejas da China. As autoridades comunistas careciam da documentação legal adequada para ordenar a destruição, informou a China Aid, que monitora a perseguição religiosa no país.

Um vídeo da China Aid mostra a escavadeira separando o edifício, enquanto pedaços de concreto caem em uma pilha de entulho no chão.

"Este é outro exemplo claro que mostra a escalada da perseguição religiosa hoje pelo regime comunista chinês", disse Bob Fu, presidente da China Aid.

“O total desrespeito à proteção da liberdade religiosa, consagrado na própria Constituição do Partido Comunista, diz a todo o mundo que o presidente [chinês] Xi está determinado a continuar sua guerra contra os fiéis cristãos pacíficos. Esta campanha certamente falhará no final”, disse.

As autoridades também detiveram os pastores da igreja, Geng Yimin e Sun Yongyao, por suspeita de "reunir uma multidão para perturbar a ordem social", informou a China Aid.

A China reconhece oficialmente dois órgãos cristãos: o Movimento Patriótico Three-Self e a Associação Católica Patriótica Chinesa. As igrejas das duas redes, no entanto, não têm a liberdade de adorar como quiserem.

No passado, oficiais comunistas editaram sermões, forçaram a remoção de cruzes e proibiram as escolas dominicais para crianças. A lei proíbe a conversão de menores.

A falta de liberdade religiosa é uma das razões pelas quais milhões de cristãos foram à clandestinidade para adorar em igrejas domésticas ilegais.

No início deste ano, um pastor de três pessoas disse à Bitter Winter que o governo estava "mudando sutilmente nossa fé", forçando os pastores a seguir exigências não-bíblicas. Aquele pastor recebeu ordem de pregar sobre Confúcio.

"Esta é a erosão do cristianismo", disse o pastor.

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