China obriga igrejas a orar por soldados mortos e proíbe homenagens aos mártires cristãos

O Partido Comunista Chinês ameaçou as congregações, afirmando que aquelas que não cumprissem as ordens, sofreriam consequências.

Fonte: Guiame, com informações da CBN News e Christian Headlines Atualizado: quarta-feira, 8 de setembro de 2021 às 14:27
Membros da Igreja das Três Autonomias oraram pelos soldados comunistas mortos, no Seminário Teológico Fujian. (Foto: Reprodução/Weibo).
Membros da Igreja das Três Autonomias oraram pelos soldados comunistas mortos, no Seminário Teológico Fujian. (Foto: Reprodução/Weibo).

O Partido Comunista Chinês (PCC) está implementando novas medidas para obrigar os cristãos no país a adotarem a agenda comunista. Recentemente, as igrejas foram ordenadas a prestar homenagens aos soldados do Exército Vermelhos falecidos e proibidas de realizar homenagens aos mártires cristãos.

De acordo com o Bitter Winter, enquanto o país celebrava o 76º aniversário de sua vitória na Guerra Antifascista, o PCC enviou uma diretiva, detalhando as novas regras a todas as denominações que são afiliadas à Igreja das Três Autonomias, órgão do governo que controla as igrejas protestantes.

A ordem prescreve que as congregações devem "organizar atividades de oração pela paz para comemorar o 76º aniversário da vitória da Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e a Guerra Mundial Antifascista por volta de 3 de setembro, de acordo com a situação real”.

"As igrejas e congregações locais podem, de acordo com a situação local, realizar atividades relevantes de oração pela paz de uma forma pequena e descentralizada, de acordo com os requisitos locais para prevenção e controle da nova epidemia de Covid-19, para promover ainda mais a boa tradição de patriotismo e amor à religião e para demonstrar a boa imagem do cristianismo pacífico na China", diz o documento.

As igrejas são obrigadas a comprovar que realizaram os eventos, enviando evidências, por meio de texto, fotos ou vídeos, ao Departamento de Ministério da Mídia do Conselho Cristão da China até o dia 10 de setembro.

Além disso, as denominações foram proibidas de realizar homenagens aos mártires cristãos, mortos durante a China Imperial ou pelo PCC.

Segundo a Bitter Winter, que monitora a perseguição religiosa no mundo, o governo chinês ameaçou as igrejas, afirmando que aquelas que não cumprissem a ordenança, sofreriam consequências. 

Na semana passada, os membros locais da Igreja das Três Autonomias prestaram homenagem aos soldados comunistas mortos durante a "Guerra Popular de Resistência contra a Agressão Japonesa", no Seminário Teológico Fujian.

Agenda comunista 

Num esforço de implantar a ideologia do regime comunista nas igrejas e frear o rápido crescimento do cristianismo na China, várias medidas foram tomadas pelo governo.

Nos últimos meses, o PCC ordenou que as igrejas participassem do 100º aniversário da fundação do partido e exigiu que os pastores incorporassem elementos do discurso de celebração do centenário do Presidente Xi Jinping em seus sermões.

Muitos pastores já foram presos por possuir materiais religiosos ou por pregarem o Evangelho. A China está classificada em 17º lugar na Lista de Vigilância Mundial de 2021,  de países onde os cristãos sofrem mais perseguição, da Missão Portas Abertas.

 

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