China proíbe ensino da Bíblia a crianças e pais protestam: "A fé vem em primeiro lugar"

Meses atrás, o governo de um estado da China proibiu que as escolas dominicais continuassem a funcionar nas igrejas e as famílias reagiram.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quarta-feira, 27 de dezembro de 2017 às 14:47
Crianças recebem literatura cristã infantil, distribuída por missionários, na China. (Foto: American Bible Society News)
Crianças recebem literatura cristã infantil, distribuída por missionários, na China. (Foto: American Bible Society News)

Famílias da cidade de Wenzhou - também conhecida como a "Jerusalém Chinesa", devido à sua grande comunidade cristã - estão dizendo que continuarão a ensinar seus filhos sobre a Bíblia e Jesus Cristo, apesar de o governo ateísta do estado ter proibido que as escolas Escola Dominicais das igrejas continuem a funcionar.

"A fé vem primeiro, as notas em segundo lugar", disse uma mãe cristã identificada apenas como Chen, em depoimento à Reuters.

O Partido Comunista, que vem realizando uma repressão às igrejas durante anos com o aumento da população cristã, proibiu oficialmente o funcionamento das escolas dominicais nos distritos de Wenzhou no mês de agosto.

Várias províncias, incluindo Zhejiang, Fujian, Jiangsu, Henan e a região autônoma da Mongólia Interior, estão proibindo crianças de irem a acampamentos de verão organizados por igrejas e outras atividades religiosas.

Após a medida imposta pelo governo, as igrejas em Wenzhou continuaram ensinando crianças sobre a fé cristã, no entanto, em casas particulares ou em como creches, mas não nas escolas.

Chen argumentou que a educação estatal não proporciona às crianças uma orientação moral e espiritual suficiente.

"Drogas, pornografia, jogos de azar e violência são problemas sérios entre os jovens de hoje e os jogos violentos de videogame também são extremamente sedutores", disse a mãe. "Nós não podemos estar ao lado deles o tempo todo, só que ensinando a eles sobre a nossa fé, podemos fazê-lo entender o que é certo e o que é errado".

A Reuters observou que há números conflitantes sobre o número de cristãos na China, com números oficiais colocando-os em torno de 30 milhões, enquanto estimativas independentes sugeriram algo mais próximo de 60 milhões.

Embora ainda sejam uma minoria no país, os cristãos têm gerado preocupação no Partido Comunista dominante e seu objetivo de controlar muitos aspectos da vida de seus cidadãos.

Instituições, como a Universidade Farmacêutica Shenyang, proibiram grandes feriados cristãos, como o Natal, argumentando que a "religião ocidental" está corroendo as mentes dos jovens.

A Liga da Juventude Comunista publicou este mês um aviso na universidade, que diz: "Influenciados pela cultura ocidental e pelas operações comerciais individuais, bem como opiniões públicas erradas expressas na internet, alguns jovens estão cegamente entusiasmados com feriados ocidentais, especialmente feriados religiosos como a Noite de Natal e o Dia de Natal".

No começo deste ano, milhares de aldeões no sudeste da China foram convidados a substituir seus cartazes de Jesus Cristo e versículos bíblicos por fotografias do presidente chinês Xi Jinping.

Funcionários do Partido Comunista alertaram que os aldeões necessitados só receberão ajuda do governo se acatarem as ordens do governo. Os funcionários ainda chamaram os aldeões de "ignorantes" por acreditarem que Deus é seu Salvador.

Em muitos outros incidentes de repressão da igreja, pastores e, às vezes, centenas de membros da congregação foram presos.

Ainda assim, as igrejas em Wenzhou foram apoiadas por donos de empresas cristãs, enquanto o rápido crescimento do cristianismo está indo além do que o governo pode controlar.

"O governo de Wenzhou não permite que as igrejas se inscrevam [para obterem autorização legal], porque diz que há muitas delas. Por isso cresce o número de igrejas domésticas e é difícil para o governo gerenciá-las", disse Zhao Gang, o ministro de uma Igreja de Wenzhou.

Chen também expressou confiança de que, apesar das tentativas do governo, o cristianismo no país continuará a crescer.

"Definitivamente haverá mais crentes cristãos na próxima geração", disse ela. "A capacidade que fé cristã tem de ser herdada e transmitida é sempre crescente".

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