Coluna - Lissânder Dias: Minha bicicleta e a teologia de missões

Coluna - Lissânder Dias: Minha bicicleta e a teologia de missões

Fonte: Atualizado: terça-feira, 1 de abril de 2014 às 03:49

Lissânder Dias

Confesso: tenho um luxo que provavelmente muitos de vocês não têm. Vou ao trabalho quase sempre de bicicleta. Privilégio de quem mora em cidade pequena!

Dia desses, eu ia ao trabalho, enquanto "pensava teologicamente". Minha mente estava tomada pelo movimento constante que eu fazia em minhas pernas para que o veículo andasse. Com a força de meus pés, os dois pedais movimentavam-se ao mesmo tempo, e não paravam, numa sincronia formidável. Essa sincronia era fundamental para que a bicicleta se mantivesse em equilíbrio.

Não pude evitar a comparação com a obra missionária. Muitos acham que fazer missões é uma aventura solitária para quem tem mais coragem do que os crentes comuns. Outros pensam ainda que o que realmente movimenta Missões é uma sólida base financeira.

Olhei para a ciência da minha bicicleta e pensei na minha teologia de missões. Para mim, Missões é mais do que uma aventura solitária; é um sincronismo de forças paralelas que fazem parte do mesmo corpo. Ou seja, é trabalhar em favor do outro, e com o outro. Deus não me chama para que eu o prove o quanto sou bom. Ele me chama para ser instrumento dele ao próximo, e ao mesmo tempo para que o reconheça no próximo.

A caminhada missionária não continua por conta do capital financeiro e nem pelo poder dos mais ricos, mas sim pelo trabalho constante e fiel de quem sabe que se o movimento cessar, o equilíbrio também se esvai.

Jesus foi muito sábio quando comissionou seus discípulos não com a garantia de competência, mas com a certeza da comunhão e de uma sincronia tripla: o Pai, ele e os discípulos (Jo 14.20). Uma sincronia sustentada pelo Espírito (Jo 14.17). Tenha certeza: o que mantém o movimento missionário e, conseqüentemente, o seu equilíbrio é o amor: "aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me revelarei a ele" (Jo 14.21).

Sim, ainda temos muito que aprender sobre missões. É uma tarefa forjada por Deus e com resultados que ultrapassam nossa compreensão. Enquanto isso, podemos (e devemos) perceber os lampejos de Deus nas coisas mais simples, como andar de bicicleta.

Lissânder Dias do Amaral é jornalista e coordenador executivo da revista Mãos Dadas (www.maosdadas.net). Formando em Missiologia, pela Centro Evangélico de Missões. Casado com Kelen, mora em Viçosa (MG).

Leia mais em: www.fatosecorrelatos.blogspot.com

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