Militantes fulanis mataram 15 cristãos em um novo ataque no estado de Plateau, na Nigéria, nesta semana.
De acordo com o International Christian Concern, os extremistas atacaram a vila Bwai, no Condado de Mangu, na terça-feira (20), violando o toque de recolher decretado pelo governo devido à onda de violência no estado.
“Os Fulani continuam matando diariamente”, denunciou um sobrevivente a um funcionário do ICC. “Outras 15 pessoas foram mortas ontem à noite, dois dias depois que o toque de recolher foi declarado na vila de Bwai”.
Nos últimos meses, os critsãos em Mangu têm sofrido com ataques de fulanis, com dezenas de mortos, fazendas destruídas e casas queimadas. Mais de 16 comunidades já foram atacadas.
Onda de violência
No mês passado, os militantes assassinaram mais de 40 seguidores de Jesus em uma área próxima ao Condado de Mangu. Da meia noite até o amanhecer, o grupo aterrorizou com fuzis AK-47 e facões.
A onda de violência ocorre depois que Barr. Caleb Mutfwang venceu as eleições para governador de Plateau. O político já foi presidente do governo local de Mangu.
Para Caleb, os recentes ataques se tratam de uma “limpeza étinica”. Os radicais Fulani têm como alvo as comunidades agrícolas de maioria cristã.
O governo de Plateau impôs um toque de recolher à população para impedir que as pessoas viajassem. Entretanto, testemunhas afirmam que os fulanis recebem um passe livre de autoridades do governo e de líderes militares, que simpatizam com os radicais.
Em visita à comunidades cristãs no início de junho, o governador pediu que os líderes comunitários denunciassem aqueles que estavam ajudando os extremistas e causando distúrbios.
“Pedi a Deus para fortalecer meu próprio coração. Esta magnitude de loucura e carnificina nunca aconteceu na área do governo local de Mangu. Houve incidentes isolados e esporádicos e você começa a se perguntar por que e por que agora. Mas viemos para encorajá-los como líderes de nosso povo a saber que Deus está no trono”, afirmou Caleb.
Perseguição Fulani na Nigéria
Líderes cristãos na Nigéria acreditam que os ataques de fulanis às comunidades cristãs no Cinturão Médio do país são motivados pelo desejo de tomar à força as terras dos cristãos e impor o Islã.
Segundo eles, a desertificação tornou difícil para os pastores Fulani sustentarem seus rebanhos, o que tem aumentado a tensão com os agricultores cristãos pela disputa de terras.
O Grupo Parlamentar de Todos os Partidos do Reino Unido para a Liberdade Internacional ou Crença (APPG) observou em um relatório recente que os Fulani, predominantemente muçulmanos e contando com milhões na Nigéria e no Sahel, são compostos por centenas de clãs de diferentes linhagens que não possuem visões extremistas.
No entanto, alguns Fulani aderem à ideologia islâmica radical, conforme mencionado no relatório.
“Eles adotam uma estratégia comparável ao Boko Haram e ISWAP e demonstram uma clara intenção de atingir os cristãos e símbolos poderosos da identidade cristã”, afirma o relatório do APPG.
Na lista de observação mundial de 2023 dos países onde é mais difícil ser cristão, a Nigéria saltou para o sexto lugar, sua classificação mais alta de todos os tempos, do 7º lugar no ano anterior.
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições