Coreia do Norte ensina crianças a reverenciarem ditadores como “deuses”

O relato foi passado por um cristão norte-coreano, que revelou a lavagem cerebral feita nas mentes das crianças de seu país.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quarta-feira, 21 de março de 2018 às 15:18
Crianças posam para foto com ditador Kim Jong Un. (Foto: Daily Express)
Crianças posam para foto com ditador Kim Jong Un. (Foto: Daily Express)

As crianças que vivem no regime norte-coreano são ensinadas diariamente que o cristianismo é mau e que a cruz é um símbolo do diabo, conforme relatou um cristão que hoje vive fora do país.

Usando o pseudônimo de John Choi por questões de segurança, ele falou sobre a vida sob os ideais comunistas da dinastia Kim na Coreia do Norte em um artigo para a missão Portas Abertas (USA) na última segunda-feira.

Choi explicou que as crianças são ensinadas a acreditar que o cristianismo é uma "religião americana malvada" e que os missionários nunca devem ser confiáveis.

"Quando eu cresci na Coreia do Norte, eu também acreditava que o cristianismo era malvado e que a cruz era um símbolo do diabo. Mesmo no jardim de infância, tínhamos que nos curvar diante das fotos dos primeiros líderes da Coreia do Norte, Kim Il-Sung e seu filho, Kim Jong-Il", revelou o desertor. "Hoje, as crianças norte-coreanas também são ensinadas a se curvar diante do atual 'Querido Líder', Kim Jong-Un".

Algumas das propagandas incluem histórias de que Kim Il-Sung foi "capaz de capturar um arco-íris duplo com uma mão por causa de seus 'poderes majestosos".

"Tudo na Coreia do Norte gira em torno da família Kim. As crianças norte-coreanas sofrem lavagem cerebral para honrar o líder de seus dias. Na pré-escola, os professores oram para o ditador atual e seus ancestrais na hora do almoço. Tínhamos que orar, agradecendo aos ditadores pelo nosso 'pão diário'. Agora, percebo que eles roubaram esse espaço que é devido à Oração ao Senhor Jesus", disse Choi.

Ele observou que as crianças são ensinadas a odiar os "imperialistas americanos" e "fantoches sul-coreanos", com a mensagem empurrada por mensagens de propaganda em filmes, musicais, pinturas e desenhos animados.

Os cidadãos também contam histórias caluniosas sobre pastores e missionários que estupraram e atacaram pessoas, criando uma imagem maligna em suas mentes com relação ao cristianismo.

Ainda assim, Choi compartilhou suas esperanças de que com o avanço da tecnologia, as crianças estão encontrando novas maneiras de aprender a verdade sobre o mundo e estão se preparando para resistir às mentiras do regime comunista.

"As crianças norte-coreanas de hoje são capazes de descobrir outras crenças e modos de vida através da informação disseminada de unidades USB contrabandeadas e transmissões de rádio estrangeiras na língua coreana. Mais pais estão chegando à fé e, quando as crianças tiverem idade suficiente, ouvirão sobre a Bíblia e o Evangelho", disse o desertor.

"Estou orando para que Deus abra os olhos, os ouvidos e os corações dos norte-coreanos de todas as idades. Realmente acredito que se os crentes em todo o mundo continuarem orando pelos crentes norte-coreanos, um dia todas as crianças norte-coreanas aprenderão a verdade sobre Deus e o cristianismo. Um dia, elas se voltarão para a cruz", disse Choi ao compartilhar suas esperanças.

Outros desertores, como o Pastor Lee Joo-Chan, que agora moram na China, também falaram sobre como as crianças são criadas sob o regime de Kim.

Lee explicou em janeiro que a razão pela qual não há filhos cristãos na Coréia do Norte é porque os pais cristãos minoritários são forçados a esconder sua fé até mesmo de suas crianças.

Lembrando sua própria experiência, ele disse: "Eu sabia que meus pais eram diferentes. Todos os chamavam de 'pais comunistas ', porque cuidavam dos doentes, dos pobres e dos necessitados. À noite, eles liam de um livro secreto, que eu não podia ler".

Lee acrescentou: "Mas eu os ouvi sussurrar as palavras, e eu sabia que era sua fonte de sabedoria. Também sabia que se eu alguma vez falasse sobre isso com outra pessoa, nossa família seria levada".

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