Creches apóiam filhos de pescadores em situação de risco social

Creches apóiam filhos de pescadores em situação de risco social

Fonte: Atualizado: terça-feira, 1 de abril de 2014 às 03:49

Por Adriana Amorim

Espalhadas pela costa brasileira, distantes dos centros urbanos, vilas de pescadores sofrem com a falta de infra-estrutura básica de moradia, alimentação, saúde e educação, além do consumo excessivo de álcool. São locais de difícil acesso como ilhas, canais de mar ou encostas de praias. Possuem hábitos e costumes próprios. Seus moradores sobrevivem basicamente da pesca e confeccionam suas próprias redes, remos e canoas. Essa realidade foi identificada no início dos anos 80 pela MEAP - Missão Evangélica de Apoio aos Pescadores, que apóia as famílias das vilas por meio de programas de assistência social, médica e odontológica, organização e manutenção de centros sociais, doação de cestas básicas e pregação do Evangelho de Cristo. Um dos projetos, ainda em expansão, são as creches, que atendem crianças de três a onze anos.

Nesses locais, as crianças vivem em situação de risco econômico e social e as refeições que recebem no Projeto Creches são, muitas vezes, as únicas que fazem ao dia. Lá, elas recebem ensino pré-escolar, alfabetização e reforço escolar. Desenvolvem também noções de higiene e socialização e podem trabalhar a própria criatividade por meio de histórias, artes, brincadeiras e jogos. Contam também com serviços médicos e odontológicos. O pastor Abraão da Silva, diretor do campo Bahia, explica que propósito do trabalho é o atendimento integral às crianças e suas famílias."Elas amam a possiblidade de terem um local adequado para estudarem e serem atendidas em suas necessidades básicas", conta.

Atualmente, 1600 vilas do litoral do Brasil foram alcançadas pela Missão. No entanto, o número de creches ainda é pequeno, apenas duas, localizadas em Camamu (BA), na vila de Barcelos do Sul, e em Cairu, na vila Boipeba, ambas no litoral baiano. O pastor Abraão explica que os locais são mantidos com contribuições voluntárias e a escassez de recursos finaceiros faz com que nem todas as crianças das vilas possam participar do projeto. Em Barcelos do Sul vivem aproximadamente 500 famílias e somente 121 alunos estudam na creche. Em Boipeba, o número é de 700 famílias, mas apenas 103 crianças freqüentam as instituições.  

Para complementar o trabalho, a MEAP criou o Projeto Continuidade, com novas turmas de reforço escolar para crianças de oito a onze anos. "Em 2009 teremos curso de informática, inglês voltado para o turismo, aproveitamento de retalhos (para as mães) e alfabetização de adultos", fala o pastor. Além de permitir que as crianças continuem os estudos e se alimentem, o projeto ajuda a barrar um grave problema social das vilas: o abuso sexual de menores, que, segundo o pastor Antonio Tote, diretor de comunicação e desenvolvimento da MEAP, torna-se comum a partir dos seis anos de idade: "É a cultura satânica. Só quando Cristo chega é que isso acaba. A ação do diabo é desvalorizá-las".

"Elas espantam-se porque nunca viram lápis de cor, plástico [...] Lápis de cera se você der, elas comem. Nas creches estão livres da fome, de estupro, e ao final do dia estão na mão da mãe. A criança só volta a ser criança quando está em uma creche", completa Tote.

A principal forma de manutenção dos gastos dos alunos é o apadrinhamento. Com uma contribuiçao mensal de R$60,00, é possível manter uma criança na creche e receber informações sobre ela.

Para ser um mantenedor do trabalho, envie e-mail para [email protected]

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