A repressão da China aos cristãos e suas igrejas está se intensificando, já que as autoridades tiveram como alvo outra igreja com uma grande detenção que incluiu quase uma dúzia de crianças.
Por mais de uma década, observadores internacionais previram que a China acabaria se tornando a maior nação cristã do mundo. O líder evangélico e ex-candidato presidencial dos EUA, Gary Bauer acredita que o crescimento está por trás da crescente campanha de perseguição, imposta pelo presidente Xi Jinping e todo o Partido Comunista Chinês.
No último final de semana de fevereiro, cerca de 50 membros da Igreja Early Child Covenant, incluindo 11 crianças, foram presos na cidade de Chengdu. Agentes do departamento de segurança pública fecharam a igreja em dezembro do ano passado e prenderam o pastor Wahng-Yee e 160 cristãos. Desta vez, a igreja relata que pelo menos dois de seus membros foram "espancados violentamente".
A Early Child Covenant Church publicou esta atualização no Facebook:
"Por volta das 20h de ontem, 44 membros foram presos durante os ataques de sábado. Dentre os presos, 11 eram crianças. O mais novo a ser detido e levado para a delegacia tinha pouco mais de dois meses de vida. Tang Chunliang e sua esposa foram atingidos no rosto por um policial à paisana na delegacia de polícia ... Alguns, incluindo crianças, ficaram sem comer nada durante o dia. Alguns só foram liberados às 14h. Cansadas, as crianças dormiam nas mesas e pisos gelados da delegacia. Outros só foram liberados às 6h da manhã do dia seguinte".
"No momento, confirmamos que pelo menos 11 pessoas foram colocadas em detenção administrativa", continuou o relato.
Contexto: tensão
Cerca de 60 milhões de cristãos vivem na China, e a maioria se reúne para adorar em igrejas "domésticas" subterrâneas.
Bauer acredita que o regime comunista está temeroso que a ética cristã possa levar desafiar a autoridade do governo. Desde que se tornou presidente, Xi Jinping adotou uma abordagem mais dura contra o cristianismo do que seu antecessor.
O partido comunista no poder iniciou um plano de cinco anos para tornar o cristianismo mais reflexivo de seus valores socialistas, além de incorporar ensinamentos budistas e confucionistas. O controle inclui aprovação do estado para igrejas, vigilância e limites nos tópicos de sermões.
Essa supervisão levou a maioria dos cristãos a se dedicar à adoração clandestina. A resposta do governo foi brutal, resultando na destruição da igreja, no terreno confiscado, centenas de prisões e em Bíblias confiscadas.
Outros esforços incluíram a proibição das vendas on-line da Bíblia e a exigência de que ícones cristãos fossem substituídos por imagens do presidente Mao Zedong e Xi.
O deputado americano Chris Smith (R-NJ) acusou a China de "levar um martelo e uma foice a substituirem a cruz".
"Como membro da Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos EUA, ouvi histórias horripilantes sobre o que o governo chinês está fazendo com os cristãos que prendem", escreveu Bauer no Washington Examiner. "Durante décadas, a China tentou controlar a população, limitando os casais a terem um só filho. Aqueles que engravidaram de um segundo filho foram muitas vezes multados ou forçados a abortar".
"Por causa de uma preferência cultural por meninos, pais chineses costumavam abortar meninas. O resultado é que hoje há cerca de 100 milhões de chineses que não conseguem encontrar esposas", continuou Bauer. "Mas agora os homens chineses estão sendo informados de que se entrarem no Partido Comunista, eles podem ir aos campos de internação para escolher uma mulher cristã como esposa. Esse é o resultado perverso de um governo que tenta controlar os direitos humanos mais básicos dos seus cidadãos, a liberdade religiosa e a liberdade de reunião".
"Pequim não é burra. Ela sabe que a maior ameaça ao seu poder é uma mensagem competitiva, que expõe as promessas vazias do comunismo. O cristianismo prega a paz e a dignidade e o valor básicos de todos os seres humanos, enquanto o comunismo busca o controle total e premia a obediência ao estado que não deixa espaço para Deus", disse Bauer, que também é presidente da American Values.
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