Cristã grávida é condenada a 16 anos de prisão por participar de igreja doméstica no Irã

Narges Nasri, de 37 anos, foi acusada de realizar "atividades de propaganda contrárias à lei islâmica".

Fonte: Guiame, com informações de Christian Daily Atualizado: quarta-feira, 12 de março de 2025 às 15:33
 Narges Nasri. (Foto: Article 18).
Narges Nasri. (Foto: Article 18).

Uma cristã grávida foi condenada a 16 anos de prisão por um tribunal islâmico no Irã, no último sábado (8), no Dia Internacional da Mulher.

De acordo com o Article 18, organização que defende a liberdade religiosa, Narges Nasri, de 37 anos, foi condenada por ser membro de uma igreja doméstica e por realizar "atividades de propaganda contrárias à lei islâmica", pela juíza Iman Afshari, do Tribunal Revolucionário.

Ela também foi acusada de fazer "propaganda contra o Estado" por ter manifestado apoio nas redes sociais ao movimento Mulheres, Vida, Liberdade. A cristã está grávida de seu primeiro filho.

Além disso, Narges foi sentenciada por receber ajuda financeira de uma organização estrangeira, o que é considerado crime pela lei iraniana.

“O Artigo 500 prevê uma sentença mais dura quando são encontradas evidências de financiamento ou envolvimento organizacional do exterior", explicou Steve Dew-Jones, do Artigo 18, em entrevista ao Christian Daily International.

Steve afirmou que, há anos, o Artigo 500 tem sido usado contra os iranianos que deixam o Islã e se tornam cristãos.

Junto com Narges, outros dois ex-muçulmanos que se converteram à fé cristã foram condenados à prisão.

Abbas Soori, de 48 anos, foi senteciado a 15 anos de prisão por "atividades de propaganda" (evangelismo) e por ser membro de uma igreja doméstica. E Mehran Shamloui, de 37 anos, recebeu uma sentença de 10 anos e 8 meses de detenção por frequentar uma igreja e por evangelizar.

"Todos os três também foram condenados a anos de privação de direitos sociais, como saúde, emprego ou educação. Narges e Abbas foram multados em 3.500 dólares cada, e Mehran em 2 2.750 dólares”, informou o Artigo 18, em um comunicado à imprensa. 

"Narges e Abbas também foram proibidos de pertencer a qualquer grupo, residir em sua província natal de Teerã ou deixar o Irã por dois anos após sua libertação”.

Os três cristãos foram detidos pela polícia em 3 de novembro do ano passado, durante invasões simultâneas em suas casas em Teerã. 

Agentes da inteligência confiscaram pertences pessoais, incluindo Bíblias, cruzes e instrumentos musicais. Mehran, que é músico, perdeu equipamentos avaliados em aproximadamente 5.500 dólares.

No mesmo dia, pelo menos outros 10 cristãos foram presos em operações coordenadas em cidades de todo o país.

Severa perseguição aos cristãos

A perseguição aos cristãos no Irã é intensa e sistemática. O país islâmico adota uma legislação completamente alinhada com o islamismo e a Sharia, tornando crime a propagação de qualquer religião que não seja o islamismo.

A pena de morte, inclusive, é prevista para aqueles que insultarem o profeta Maomé. De acordo com um relatório de 2023 do Departamento de Estado dos EUA, a legislação iraniana proíbe cidadãos muçulmanos de mudar ou renunciar à sua fé.

Igrejas evangélicas são consideradas “grupos políticos sionistas de oposição” e são proibidas de funcionar.

Isso coloca os convertidos ao cristianismo no país em risco constante, já que a conversão é vista como um ato criminoso sob as leis do regime.

"Os cristãos armênios e assírios na religião protestante, com sua natureza evangelística e a missão de cristianizar o Irã, são considerados uma ameaça à segurança da Revolução Islâmica", afirmou um promotor do país.

O Irã ficou em 9° lugar na Lista Mundial da Perseguição 2025 da Missão Portas Abertas.

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