A cristã Rakhil Nadeem Masih perdeu seu bebê de oito meses após uma tentativa de estupro por um colega de trabalho muçulmano, no Paquistão.
O incidente ocorreu no dia 6 de novembro de 2023 e a polícia local se recusou a apresentar queixa sobre o caso.
O marido de Rakhil, Nadeem Masih, informou que ela foi atacada pelo colega de trabalho em uma olaria perto da vila de Clarakabad, no distrito de Kasur, província de Punjab.
Nadeem encontrou a esposa sangrando depois que o muçulmano a chutou e a espancou. Ela foi levada para o hospital e o médico afirmou que a violência levou à morte de seu bebê.
O médico se recusou a assinar o laudo devido à influência do muçulmano, que segundo Nadeem, também influenciou a polícia.
O ativista Napolean Qayyum disse ao Morning Star News que o caso foi mais um exemplo de como muçulmanos influentes contornam a lei no país.
“O filho ainda não nascido do pobre casal foi assassinado. O laudo médico atesta que a mulher foi brutalmente torturada, o que causou a morte do bebê, mas a polícia ainda se recusa a registrar o FIR [Primeiro Relatório de Informação]”, disse Napolean.
Ele informou que apresentou uma queixa ao escritório do Inspetor Geral da Polícia de Punjab, “mas não houve progresso”.
Desdobramento do caso
Nadeem contou que sua esposa de 25 anos havia saído de casa para descartar um lixo quando notou o colega de trabalho, identificado apenas como Chand, tirando fotos dela com o celular.
Então, Rakhil repreendeu Chand e voltou para casa. Porém, ele a seguiu e a atacou.
Chand a agrediu e tentou estuprá-la. Enquanto isso, os três filhos da cristã testemunharam a violência.
“Rakhil implorou a Chand para deixá-la, lhe dizendo repetidamente para poupar ela e o bebê, mas ele não quis ouvir”, contou o marido.
“Eu estava trabalhando quando ouvi os gritos da minha esposa e dos meus filhos. Corri em direção a casa e vi Chand socando e chutando Rakhil, que estava caída no chão sangrando muito”, acrescentou.
Ele tentou segurar o agressor, mas ele conseguiu fugir.
“Minha preocupação era com Rakhil, que estava em péssimas condições. Eu a levei para um hospital público próximo com a ajuda de alguns colegas de trabalho, onde fomos informados de que o bebê havia morrido devido ao torturante ataque”, disse Nadeem.
Ele contou que os médicos realizaram uma cesariana de emergência em Rakhil para tirar o corpo do bebê. Depois disso, ela permaneceu no hospital por mais de uma semana para tratar os ferimentos internos.
A negligência das autoridades locais
A princípio, Nadeem não pensou em apresentar queixa porque sua atenção estava totalmente voltada para a esposa.
“Eu já havia perdido meu filho ainda não nascido e não conseguia nem pensar em ver meus três filhos perdendo a mãe”, explicou ele.
Quando Rakhil voltou para casa, ele foi à delegacia para registrar queixa contra Chand.
“A polícia me pediu para trazer o laudo médico do hospital, necessário para apresentar um Primeiro Relatório de Informação. No entanto, quando entreguei o documento, as autoridades se recusaram a registar o caso, alegando que o laudo não tinha sido assinado pelo médico em causa”, disse Nadeem.
No entanto, ao retornar ao hospital, o médico se recusou a assinar o documento: “Mais tarde, eu soube que tanto a polícia como o médico foram influenciados pelo muçulmano”.
Perseguição
Segundo Nadeem, Chand é conhecido por assediar as trabalhadoras cristãs na região e as queixas contra ele não eram ouvidas devido à sua influência no local.
Atualmente, os familiares do agressor estão ameaçando os cristãos para que não prossigam com as ações legais.
Sohail Habil, diretor executivo do HARDS Paquistão, um grupo que luta pelos direitos dos cristãos, afirmou que decidiram abrir um processo contra a polícia por inação contra o suspeito.
“A polícia deve garantir que o acusado seja autuado por agredir a pobre mulher e matar o seu filho ainda não nascido”, disse Sohail.
De acordo com o Morning Star News, os casos de violência sexual contra mulheres e crianças são comuns em olarias no Paquistão. Os cristãos representam menos de 2% da população no país e os mais vulneráveis enfrentam perseguições ainda maiores.
O Paquistão está classificado em 7° lugar na Lista Mundial de Observação da Portas Abertas de 2024.
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