Um cristão envolvido no trabalho humanitário da igreja de Cuba foi detido e acusado de “espalhar epidemias”. Seu nome não foi divulgado.
Líderes religiosos e outros cristãos que têm se mobilizado a ajudar, estão sendo presos simplesmente por ajudar a idosos e fornecer ajuda mútua aos vizinhos.
Em Cuba, “a luta contra a pandemia de Covid-19 tem sido um pretexto bem-vindo para as autoridades do governo intensificarem sua pressão sobre dissidentes e outros considerados parte de um movimento de oposição”, disse Rossana Ramirez, analista de perseguição da Portas Abertas.
Rossana diz que essas pessoas são acusadas de desobediência ou disseminação de doenças, e são multadas em valores exorbitantes, o equivalente a mais de R$ 1.500,00. “Como isso é mais do que os cidadãos cubanos ganham em um ano, eles são incapazes de pagar tais multas e, consequentemente, são enviados para a prisão”, conta Ramirez.
Esse tipo de acusação também tem ocorrido em países como Índia, onde os cristãos têm ajuda negada por causa de sua fé,
A organização de apoio aos cristãos Portas Abertas tem trabalhado e atuado nesses países, com auxílio socioeconômico, treinamento para líderes comunitários e religiosos, geração de emprego e renda e assistência jurídica, médica e psicológica a mais de 260 milhões de cristãos perseguidos no mundo.
Violações de direitos
Uma estatística impressionante foi registrada: 96% dos cubanos sofreram violações dos direitos humanos em meio à pandemia.
“Para os cristãos, a crise do coronavírus simplesmente exacerbou uma situação que já era difícil”, disse Rossana.
Apenas alguns meses atrás, as igrejas em Cuba estavam sendo demolidas por motivos legais arbitrários e os cristãos que criticam as políticas do partido comunista no poder estavam enfrentando assédio e sanções.
“Tais medidas do governo buscam intimidar e subjugar os cristãos e impedir que a fé cristã se espalhe entre a população”, disse ela.
Yoe Suárez, jornalista cubano independente e evangélico que relata questões de direitos humanos e liberdade religiosa para agências de notícias locais e internacionais, foi convocado em março por agentes de segurança estatais que o acusaram de “dissidência” e “disseminação de propaganda inimiga”.
Ele está sob uma proibição indefinida de deixar o país e foi assediado várias vezes durante o afastamento social, incluindo ameaças à sua família.
Outros desafios
Os líderes da igreja enfrentam outros desafios. Durante o confinamento, as igrejas tentaram organizar reuniões online, estudos bíblicos e cuidados pastorais remotos, mas o alto custo da internet na ilha causou gastos insuportáveis para alguns.
Também há preocupação com os cristãos que estão na prisão ou em prisão domiciliar. Em abril de 2019, o pastor Ramón Rigal e sua esposa, Ayda Expósito, receberam penas de prisão por fazerem “Ensino em Casa” (ensinar em casa em vez de na escola) com seus filhos.
Ayda foi libertada 14 dias antes de cumprir sua sentença de prisão de um ano, e Ramón no início de julho deste ano, tendo cumprido 1 ano de setença. Presos pela prática de homeschooling, o casal foi condenado pelo que foi denominado "atos contra o desenvolvimento normal de um menor".
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