Cristão preso por compartilhar fé no Facebook declara greve de fome no Egito

Abdulbaqi Saeed Abdo, um ex-muçulmano de 54 anos, está na prisão há mais de dois anos, acusado falsamente de participar de grupo terrorista.

Fonte: Guiame, com informações de CBN NewsAtualizado: quarta-feira, 21 de agosto de 2024 às 19:55
Abdulbaqi Saeed Abdo está preso há mais de 2 anos. (Foto: ADF International).
Abdulbaqi Saeed Abdo está preso há mais de 2 anos. (Foto: ADF International).

O cristão perseguido Abdulbaqi Saeed Abdo, de 54 anos, declarou greve de fome no início deste mês, por estar preso injustamente há mais de dois anos, no Egito.

Segundo a Alliance Defending Freedom International, uma organização que defende a liberdade religiosa e está representando Abdo, a declaração da greve de fome foi feita em uma carta do cristão à família.

Abdulbaqi fugiu de seu país natal, Iêmen, depois de deixar o islã e se converter ao cristianismo. Ele se mudou para o Egito e solicitou asilo ao Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados.

No Iêmen, deixar o islamismo é considerado ilegal. O país ocupa o 5º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2024, da Portas Abertas. Seguidores de Jesus como Adam são obrigados a viver clandestinamente, escondendo sua nova fé para não perderem suas vidas.

Em 2021, Abdu foi preso pelas autoridades do Egito por participar de um grupo no Facebook de ex-muçulmanos que se converteram a Jesus, onde conversava e respondia perguntas.

De acordo com a Anistia Internacional, o cristão iemita foi acusado falsamente de "ingressar em um grupo terrorista" e "difamação da religião islâmica".

Carta à família

Na carta à esposa e a à família, Abdu disse que decidiu começar a greve de fome como uma forma de protestar contra a perseguição que está sofrendo nos últimos anos.

"Comecei hoje, no dia 7 de agosto de 2024, uma greve parcial. E eu me recuso a receber tratamento da pessoa responsável pelos cuidados de saúde na prisão. E pedi a ele que dissesse à administração da prisão que estou fazendo isso”, escreveu ele.

E continuou: “Vou aumentar minha greve em etapas, até que eu complete a greve nas próximas semanas. E o motivo da minha greve [é] que eles me prenderam sem qualquer justificativa legal. Eles não me condenaram por qualquer violação da lei. E eles não me libertaram durante minha prisão preventiva, que terminou [oito] meses atrás”.

Abdu ainda relatou que sente saudade de sua esposa: "Oro a Deus para que Ele a proteja e a torne bem-sucedida em todas as suas situações de sua vida. E minha oração é que Deus nos una em breve”.

Presos por grupo no Facebook

O cristão Nour Girgis, também foi preso por participar do mesmo grupo do Facebook, chamado de "Al Abareen", que é traduzido como "Atravessar". 

Nour foi acusado de liderar o grupo, de blasfemar contra o Islã e de discutir sobre conversões religiosas na internet.

“A liberdade de religião e crença é um direito humano inalienável, digno da mais alta proteção", afirmou Samuel Brownback, ex-embaixador geral da Liberdade Religiosa Internacional, sobre o caso.

"O que aconteceu com esses dois homens no Egito é inaceitável e uma violação inegável de seu direito de adorar livremente. A hostilidade em relação à religião está se tornando um problema global, e os defensores da liberdade devem continuar a se manifestar contra essas injustiças que assolam as minorias religiosas, inclusive no Egito. Esses dois homens devem ser libertados e exonerados”, defendeu.

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições