Dois cristãos foram assassinados e um ficou ferido em uma emboscada de radicais fulanis, após participarem de uma Cantata de Natal na Nigéria, na semana passada. De acordo com o International Christian Concern (ICC), os três cristãos voltavam para casa de motocicleta quando foram atacados.
“Dois foram mortos a tiros e uma mulher sobreviveu a ferimentos graves”, disse um ativista comunitário ao confirmar o ataque ao ICC. “Ela foi levada às pressas para o hospital, oramos que ela sobreviva aos ferimentos de bala”.
Gideon Amba, de 33 anos, e Laraba Sunday, de 16 anos, foram mortos e Veronica Sule sobreviveu e foi hospitalizada, segundo o ativista.
Um líder cristão local relatou ao ICC que o governo nigeriano os “abandonou à mercê dos pistoleiros jihadistas”. Ele acrescentou que crentes são assassinados diariamente no país, enquanto os americanos e a comunidade internacional se mantêm em silêncio.
“Emboscadas não são novas para nós. Perdemos mais de 300 pessoas em uma emboscada sem nenhum esforço das forças de segurança para prender os terroristas. Os fulanis estão matando cristãos, mas alguns ainda se referem a isso como um confronto”, denunciou.
Musa Avia Aga, da Assembleia Estadual de Irigwe/Rukuba Plateau, também condenou o descaso das autoridades com ataques fulanis a cristãos. Segundo ele, o governo não condena os episódios de perseguição e não encontra soluções para acabar com a violência, contribuindo para o aumento dos ataques.
“Em todos os lugares não é seguro e não podemos contar com a fraca cobertura de segurança disponível que temos. Estou preocupado, meu coração sangra ao ouvir qualquer notícia triste de morte como resultado dos ataques de Fulani”, lamentou.
Perseguição na Nigéria
Conforme o relatório “Nigéria: Abordando a violência contra comunidades cristãs”, em 2018, os conflitos promovidos pelos fulanis foram seis vezes mais mortais do que os realizados pelo Boko Haram.
Segundo o Portas Abertas, por causa do forte armamento e informações militares, acredita-se que os radicais fulanis sejam patrocinados por autoridades do governo da Nigéria. Muitos pastores andam armados para proteger seus rebanhos e são associados a estupros, roubos e violência comunitária.
O Gerente Regional da International Christian Concern (ICC) na África, Nathan Johnson, cobrou uma atitude do governo da Nigéria frente aos constantes massacres a cristãos no país.
"Esses ataques bárbaros e devastadores devem ser interrompidos. A perda de tantas vidas sem nenhuma ajuda do governo significa que os agressores provavelmente continuarão com a violência. O governo nigeriano deve descobrir uma maneira de parar esses ataques mais rapidamente e, em seguida, deve punir severamente aqueles que cometem essas atrocidades”, pediu Johnson.
De acordo com com Sociedade Internacional para as Liberdades Civis e o Estado de Direito (Intersociety, na sigla em inglês), uma ONG sediada na Nigéria, em apenas 200 dias, cerca de 3.462 cristãos já foram mortos por militantes Fulani e pelo grupo terrorista Boko Haram no país africano, no primeiro semestre de 2021.
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