Cuba condena pastor a 8 anos de prisão por participar de protesto pró-democracia

Lorenzo Fajardo está detido desde julho e foi acusado de “desrespeito” e “desordem pública”.

Fonte: Guiame, com informações do The Christian Post Atualizado: segunda-feira, 25 de abril de 2022 às 15:03
Pastor Lorenzo Rosales Fajardo e sua esposa Maridilegnis Carballo. (Foto: Christian Solidarity Worldwide).
Pastor Lorenzo Rosales Fajardo e sua esposa Maridilegnis Carballo. (Foto: Christian Solidarity Worldwide).

Um pastor em Cuba foi condenado a oito anos de prisão após participar de um protesto pacífico contra o regime comunista no ano passado. Lorenzo Rosales Fajardo, líder da igreja não denominacional Monte de Sion em Palma Soriano, foi acusado de “desrespeito” e “desordem pública”.

De acordo com a Christian Solidarity Worldwide (CSW), o governo cubano anunciou a condenação de Lorenzo, em resposta aos Direitos Humanos da ONU, que pediu informações sobre o caso do pastor.

Milhares de cubanos, entre eles líderes cristãos, saíram às ruas em 11 de julho de 2021 para protestar contra a falta de remédios e alimentos durante a pandemia e para pedir democracia e reformas econômicas. 

As repercussões foram imediatas e violentas. A polícia e a Segurança Nacional espancaram manifestantes e prenderam centenas de pessoas, entre elas o pastor Lorenzo. Vídeos e imagens do protesto mostraram agentes da força paramilitar Boina Negra estrangulando o líder e atacando manifestantes desarmados, conforme a CSW.

Pastor há 20 anos na Igreja Monte de Sion, Fajardo foi levado para a Prisão de Segurança Máxima de Boniato e mantido incomunicável durante a maior parte da detenção. O cristão já possui um histórico de perseguição pelo governo cubano. Em 2012, por exemplo, as autoridades confiscaram a propriedade de sua igreja.

A chefe de advocacia da CSW, Anna Lee Stangl, afirmou que os esforços internacionais para libertar o pastor irão continuar, mesmo em meio ao aumento da repressão contra cristãos e movimentos pró-democracia em Cuba.

“Tivemos vários relatos de líderes cristãos sendo convocados pela segurança do Estado, interrogados e ameaçados, com alguns sendo forçados ao exílio”, disse Stangl ao The Christian Post.

Anna Lee ainda destacou que mesmo enfrentando repressão, os líderes cristãos cubanos estão dispostos a continuarem se manifestando contra o regime comunista. 

“O governo parece ter a intenção de levar o país de volta a um sistema mais repressivo e controlador. No entanto, muitos líderes cristãos parecem estar tão decididos a não aceitar isso”, avaliou.

Perseguição religiosa em Cuba

Após uma ausência de 10 anos, Cuba reapareceu na Lista Mundial da Perseguição 2022, documento editado anualmente pela Portas Abertas e que classifica os países que mais perseguem cristãos no mundo. 

Cuba está em 37º lugar, tendo subido 14 posições na lista, resultado de medidas altamente restritivas contra igrejas consideradas oponentes ao regime — principalmente as igrejas protestantes não registradas.   

De acordo com o relatório, em 2021 as condições do cristão em Cuba pioraram. “Especialmente após os protestos em julho, o regime ditatorial intensificou sua ação contra todos os líderes e ativistas cristãos que se opunham aos princípios comunistas”.

Parceiros da Portas Abertas fortalecem a Igreja Perseguida em Cuba por meio de distribuição de Bíblias, projetos de subsistência, treinamento bíblico, projetos de desenvolvimento de liderança e socioeconômico para aumentar a autossuficiência da igreja.



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