"Deus tem um olhar especial para as crianças", afirma presidente do Lar Batista

"Deus tem um olhar especial para as crianças", afirma presidente do Lar Batista

Fonte: Atualizado: terça-feira, 1 de abril de 2014 às 03:49

Por Adriana Amorim - www.guiame.com.br

O Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990, afirma nos artigos 3º e 4º: A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária".

No entanto, a realidade brasileira, não confirma a plena realização do Estatuto. Antes de ser objeto de lei, o cuidado com as crianças motivou o Lar Batista. Completando este mês 68 anos, fundado por missionários e líderes batistas do Estado de São Paulo, o projeto pôde atender até mesmo famílias com dificuldades financeiras e sem condições de manter seus filhos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Na época, o mundo vivia uma grande crise econômica.

Com uma equipe de educadores, assistentes sociais e psicólogos, o Lar auxilia aproximadamente 1100 crianças em abrigos, serviços de creche e projetos educacionais. Atualmente, possui oito unidades assistenciais espalhadas pela capital e estado paulista: Campo Limpo (Abrigo), Cei Parque Ipê (creche), Mogi das Cruzes (abrigo), Cei Umuarama (creche), Cei Casa Batista de Crianças (Creche), Inúbia Paulista (abrigo), Centro da Criança e do Adolescente (Projeto Educacional) e Aclimação (avrigo). Vítimas do abandono, e muitas vezes de violência, as crianças chegam aos abrigos por indicação da família, dos órgãos públicos e entidades de cuidado à criança e ao adolescente.

Desde sua fundação, alguns valores norteiam o trabalho do Lar: cristianismo, educação. solidariedade e compaixão. O pastor e presidente do Lar Batista, José Erivam Silveira, esclarece os dois últimos: "Solidariedade é ajudar o próximo. A pessoa está precisando de um prato de comida e você dá. Precisa de uma roupa e você dá. Então você ameniza a situação do próximo, é solidário com ele. Compaixão é bem diferente, muito mais profundo. É o que Jesus tem para conosco. É sofrer junto. Então você está com fome, eu também estou com fome. Eu não vou dar para você o prato que me sobra ou depois que eu já almocei. Eu vou tirar do meu te dar. Vou participar do seu sofrimento, da sua necessidade. Interagir com a pessoa na mesma proporção que ela está sofrendo. Foi o que Jesus fez por nós. O Lar tem essa ótica de compaixão, de não apenas amenizar".

Serviços e Atividades

Além de moradia e alimentação, as crianças e adolescentes que vivem no Lar Batista freqüentam a escola e são estimulados a iniciar um perfil profissional. "Em Mogi, a gente tem um convênio com o banco Itaú, então quando o jovem está lá, faz um trabalho no banco, ou quando sai, tem um estágio [...] Em Inúbia também, onde os meninos são maiores, eles fazem cursos profissionalizantes", relata o presidente do Lar.                           

Além do apoio médico e psicológico, o projeto presta serviços de capelania. No entanto, Silveira diferencia o evangelista do capelão: "A capelania dá assistência espiritual para os funcionários, crianças e famílias. É como se fosse uma capelania hospitalar. Está lá para servir as pessoas". As crianças também participam de momentos devocionais, como brincadeiras com fantoches, e música.    

Idoneidade

Reconhecido com o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social - CNAS,  o presidente da instituição aponta que o Lar conquistou um bom conceito nas esferas municipal, estadual e federal, sendo identificado como entidade de utilidade pública. "Tanto é que as prefeituras nos procuram. Ah, eu preciso abrir uma unidade. Nós abrimos uma unidade em Campo Limpo, região de Santo Amaro. Eles dizem: ‘Nós temos essa verba, esse projeto. Vocês querem abrir mais uma unidade? Nós queremos fazer o convênio com vocês’. Então, nós providenciamos um pessoal, o aluguel da casa, e é instituída mais uma unidade. Nós conquistamos isso ao longo dos anos", testemunha Silveira.

O projeto passa regularmente por auditorias, o que mantém a certificação.

Contribuições

Atualmente, de acordo com Silveira, aproximadamente 69% dos recursos para o Lar provém do convênio com as prefeituras. O restante, parte de contribuições de pessoas e empresas. No entanto, o diretor aponta que a necessidade de provisões é permanente. Mensalmente, o Lar precisa custear subsídios para as crianças, salário dos funcionários, e manutenção das casas. Além disso, surgem os imprevistos. "Um recurso de um convênio com a prefeitura às vezes atrasa 30, 60 dias [... ] Não gosto de ter uma unidade que precisa fazer um reparo aqui, outro ali. Mas nós somos assim. Por exemplo, que valor nós damos para a vida espiritual? Podemos fazer essa avaliação. Que valor nós damos para as pessoas carentes?", questiona                     .

O diretor chama a atenção para o fato de que o Lar, sendo uma instituição das igrejas Batista, não está restrito às doações da denominação. "Embora nós estejamos abertos a participação de outra igrejas, elas são muito pequenas. O trabalho social excede essa questão confessional, doutrinária, transcende isso. Quando você faz para a, b ou c, não está fazendo para aquela instituição, está contribuindo para algo superior. Deus tem um olhar especial para as crianças", finaliza o diretor.

Seja um auxiliador do projeto Para contribuir, as entregas devem ser feitas no escritório central. O Lar recebe alimentos, roupas, artigos de higiene.

Para contribuições em dinheiro:

Banco Bradesco - 237

Ag. 0496-0

c/c 7602-3  

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