Egito condena adolescentes cristãos a 5 anos de prisão por insultar o Islã

O julgamento aconteceu depois que os condenados publicaram um vídeo “zombando” supostamente as orações muçulmanas. No entanto, os adolescentes argumentaram que estavam escarnecendo as decapitações feitas pelo grupo Estado Islâmico.

Fonte: Guiame, com informações de BBCAtualizado: quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016 às 18:58
Os quatro adolescentes foram condenados pelo tribunal na cidade de Beni Mazar nesta quinta-feira (25). (Foto: Reuters)
Os quatro adolescentes foram condenados pelo tribunal na cidade de Beni Mazar nesta quinta-feira (25). (Foto: Reuters)

Um tribunal egípcio condenou três adolescentes cristãos coptas a cinco anos de prisão por insultarem o Islã. O quarto acusado foi enviado para um centro de detenção juvenil na província central de Minya.

O julgamento aconteceu depois que os condenados publicaram um vídeo “zombando” supostamente as orações muçulmanas. No entanto, os adolescentes argumentaram que estavam escarnecendo as decapitações feitas pelo grupo Estado Islâmico.

Os quatro adolescentes foram condenados pelo tribunal na cidade de Beni Mazar nesta quinta-feira (25).

O vídeo foi publicado na internet em abril do ano passado — pouco depois da decapitação de 21 cristãos coptas pelos jihadistas, na Líbia. O professor dos adolescentes, que fez a gravação, foi condenado a três anos de prisão em um julgamento separado.

Os cristãos do Egito tem se queixado de discriminação há muito tempo no país, que é predominantemente muçulmano. O advogado de defesa do caso, Maher Naguib, descreveu o veredicto como "inacreditável", dizendo que iria recorrer.

Um grande número de casos de blasfêmia foi registrado no Egito nos últimos meses. Em janeiro, a escritora Fátima Naoot foi condenada a três anos de prisão e uma multa após ser declarada culpada de desprezo pela religião.

Uma série de casos semelhantes foram arquivados desde 2011, muitos deles contra os coptas, que representam cerca de 10% dos 82 milhões de habitantes do Egito.

Segundo a lei egípcia, uma pessoa pode ser multada e presa por até cinco anos por blasfêmia religiosa. Grupos de direitos humanos têm investido em uma campanha para a abolir este artigo do código penal do país.

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