Egito teme terrorismo e convoca 230 mil policiais para segurança de igrejas no Natal

Devido às diferentes denominações cristãs, as celebrações do Natal vão de 25 de dezembro a 7 de Janeiro no Egito.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quinta-feira, 21 de dezembro de 2017 às 14:54
Policial egípcio faz a segurança em frente a igreja. (Foto: Al Arabya)
Policial egípcio faz a segurança em frente a igreja. (Foto: Al Arabya)

Cerca de 230 mil oficiais de segurança estão sendo convocados para fazer a guarda de igrejas durante as celebrações de Natal no Egito, na próxima semana. A mobilização está acontecendo devido aos bombardeios que igrejas e mesquitas sofreram no início deste ano, no país.

"Férias e folgas foram canceladas para as equipes de segurança e oficiais em todas as áreas do país", disseram fontes de segurança à Agência de Notícias do Oriente Médio.

As equipes de segurança e os oficiais serão implantados nas 2.626 igrejas do Egito, parques públicos, instituições estaduais e locais turísticos, sendo todos observados de perto.

Parte das medidas de segurança incluirão sistemas de detecção de metrologia e de circuito fechado em templos religiosos.

Embora os cristãos coptas no Egito comemorem o Natal no dia 7 de janeiro, uma minoria de crentes da igreja não ortodoxa irá celebrar o Natal em 25 de dezembro, como muitos ocidentais fazem.

Houve um forte aumento nos ataques terroristas perpetrados por extremistas este ano especificamente contra as igrejas. No Domingo de Ramos em abril, um total de 47 cristãos foram mortos em atentados simultâneos na Catedral de São Jorge, em Tanta e na Catedral de São Marcos, em Alexandria.

Mais de 29 pessoas morreram em dezembro de 2016, durante um ataque suicida na Igreja de São Pedro e São Paulo, no Cairo.

Os investigadores disseram que o grupo terrorista do Estado islâmico também estava por trás do ataque maciço à mesquita Al Rawdah em Bir Al-Abed, em novembro, onde mais de 300 muçulmanos foram mortos.

O Estado Islâmico prometeu continuar matando cristãos, visando todos os que estão no seu caminho para entrar no Egito.

"As forças de segurança também estão planejando intensificar ataques proativos contra organizações terroristas, bem como agilizar medidas de segurança nos cruzamentos fronteiriços entre o Sinai do Norte e outras jurisdições, para evitar qualquer infiltração de terroristas nas cidades", disseram fontes à MENA.

O governo egípcio foi acusado por cristãos de não fazer o suficiente para protegê-los e apoiar as vítimas, no entanto. Os crentes também falaram contra o fechamento das igrejas coptas - o que chamou a atenção da ONU.

Joseph Malak, membro do Alto Comissariado das Nações Unidas para Assuntos Minoritários, enviou em novembro um aviso oficial ao primeiro-ministro Sherif Ismail, bem como aos ministérios do interior, desenvolvimento local, assuntos parlamentares e ao governador de Alexandria, no qual pediu que a repressão às igrejas chegue ao fim.

"Malak ... recorreu à Constituição e à Lei 80 de 2016 do Egito relativas à construção de igrejas, bem como ao decreto ministerial nº 199 de 2017 sobre a formação de uma comissão para regular os templos das igrejas já existentes, o que diz que todas as igrejas existentes no Egito estão licenciadas", diz uma tradução do jornal al-Masry al-Youm. "De acordo com as exigências de Malak, os governadores estarão empenhados em reabrir todas as igrejas do Egito que foram fechadas, inclusive em Minya, Sohag e Alexandria".

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