Escritor e missionário envia carta do Paquistão e fala como a grande mídia expõe o pior do país

Escritor e missionário envia carta do Paquistão e fala como a grande mídia expõe o pior do país

Fonte: Atualizado: terça-feira, 1 de abril de 2014 às 03:49

Ola caríssimos(as),

Nesta manhã de inverno no coração do Paquistão eu reflito sobre a devastação que um julgamento parcial pode produzir na formação dos nossos conceitos. Nós do ocidente geralmente olhamos para os povos do oriente com certa curiosidade, na maior parte das vezes nutrida por mitos e preconceitos, que brotam viscosos nos pântanos da ignorância. A grande mídia não ajuda; não informa, antes, deforma, distorce... Explora e expõe o que de pior existe na vida do pobre país (no caso, o Paquistão), bombardeando os olhos dos cegos consumidores de seus noticiários com imagens de sangue, levando-os a formar uma impressão aleijada deste povo; Eis a receita para chegarmos a conclusão inconseqüente e desonesta de que este país é feito de gente bárbara, louca, desequilibrada... Como em todas as grandes questões sempre encontramos mitos e verdades, é necessário investigar os fatos.

Tive um dia inesquecível. Chorei ontem, chorei hoje... Hoje, todavia, foi como um daqueles dias em que cai num só dia o volume de chuva previsto para o mês inteiro!! Fui pregar numa igreja pobre da periferia e pensei pela primeira vez que devo voltar ao Paquistão. Eles já conquistaram o meu coração de uma maneira inescapável. Nunca fui tratado assim em toda a minha vida. Nunca vi isto! Estou absolutamente desorientado com a overdose de amor que eles tem ministrado em minha vida. Chorei por vê-los tão carentes, tão sedentos, tão humildes, tão amáveis... Sinceramente deu vontade de ir ficando com eles e servindo-os, amando-os. Nunca fui tão celebrado, tão valorizado, tão honrado! Eles tratam os pastores com um zelo tão grande que impressiona, pois não estamos acostumados a isto no ocidente. Estou impactado com a comovente humildade dos irmaos paquistaneses e com tanta expressão genuína de apreço. (Não pensem, entretanto, que eu me tornei de alguma forma um queridinho deles - se você vier visitá-los tenho certeza absoluta que nao será diferente) O povo paquistanês é um povo lindo e amável, alegre e humilde... Conquistaram o meu coração para sempre.

Neste momento estou deitado no quarto do casal que me recebeu. No laptop vou registrando as impressões do dia e quando tiver oportunidade passo a mensagem por email. Este casal me deixou absolutamente embaraçado. Nem mesmo me conheciam, mas cederam o seu próprio quarto para dormir, o que vim saber só no segundo dia. Quando no ocidente se faz uma coisa dessas? Podemos até ceder o  nosso quarto para alguém da família, ou a um amigo íntimo, mas a um estranho acho muito difícil. Arranjamos o quartinho da empregada para o cara, ou arrumamos o sofá na sala e vamos para a nossa cama king size em nosso quarto com suíte. Pois já é a segunda vez que me acontece. Pois fique constrangido o quanto quiser, só não pode rejeitar o gesto de hospitalidade deles, senão você certamente enfrentará a famosa fúria taliban...

Veio tomar café comigo ontem o padre da família onde estou hospedado. Ficou tão curioso comigo que me convidou para almoçar com ele hoje. Aceitei, é claro. Foi muito bom o convite do padre. Queria conversar, falar de teologia, interação... Comi a galinha dele quase toda enquanto falávamos de concílios e encíclicas. Voltaremos a tomar um café juntos antes de eu partir.

Após o culto dessa noite me levaram para jantar na casa de um certo empresário; achei curioso quando um rapaz trouxe um rolo de papel higiênico na mesa do jantar. Não é que o rolo de papel higiênico era mesmo o que eu desconfiava? Isto mesmo... guardanapo... terminada a refeição comecaram a desenrolar o rolo, tirar o papel e limpar os lábios... bárbaro! E eu, após lambuzar mãos e lábios segui o protocolo e pedi: "Me passa o guardanapo por favor?" Fato engraçado: No banheiro não tem papel higiênico. Só na mesa.

Como eles usam muito as mãos para comer e guardanapo é caro para eles, é absolutamente comum usar o rolo de papel higiênico como guardanapo, uma vez que não tem utilidade para eles no banheiro.

Estou exausto nesses últimos dias. Creio que nunca preguei tanto num período tao curto. Muitas vezes termino de pregar numa igreja e sou levado para outra, viajando em condições precárias e muitas vezes perigosas, mas a alma está cheia de um contentamento

Indizível. Tudo o que poderia acontecer tem acontecido: salvação, curas e libertação... Como resultado, batizei ontem com o Pr Rizwan 36 almas!!! Acredita? Um super batismo! Foi um dia de grandíssima alegria. Após  o batismo reunimos os irmãos e irmãs e dei uma palavra encorajando-os a fazer discípulos. A meta que estabelecemos é que cada um ganhe 12 almas para JEsus no ano que vem. Aceitaram alegremente.

Aqui tambem tem muita bruxaria. Coisa pesada. Fui orar por uma moça que estava endemoninhada há varios dias. O espírito maligno a levantou da cama, ela flutuou e foi lançada no outro lado. São manifestações de demônios ferozes, mas nada que o NOME DE JESUS não resolva!! Aleluia!! Fez cara feia, ameaças, mas teve que sair. Se eu fosse me deixar intimidar por essas criaturas não poderia prosseguir no ministério, pois há anos vêm ameaçando, dizendo que vão me matar... ora veja.  Outra mulher foi violentamente tomada por demônios que depois de darem muito trabalho e dizerem que nao sairiam, acabaram saindo, em meio a muitas ameças. Amanhã vou visitar uma mulher muçulmana que tem tido muito problema com uma possessão demoníaca que a atormenta. Me contaram que é uma mulher de posses e que já tentou de tudo mas permanece atormentada pelos espíritos malignos. Orem por mim. Orem por ela. Amanhã os demônios que a atormentam vão ouvir o NOME que está sobre todos os nomes. Mais uma batalha travada e vencida pelo SANGUE do CORDEIRO sob as barbas do Islã!

Graça e paz,

Luiz Leite

Luiz C. Leite é pastor, psicanalista, administrador de empresas, conferencista e escritor. Autor de "O poder do foco", editora Memorial; e "A inteligência do Evangelho", editora Naós; além de vários títulos por publicar. Presidente da International Fellowship Network, uma entidade que "adota" pastores pobres na África e na Ásia, proporcionando assistência financeira, espiritual e desenvolvimento de liderança. Opera hoje no Nepal, Paquistão, Índia, Camboja, Vietnã, Uganda e República Centro Africana.

A finalidade é "tornar o fardo desses pastores mais leve para que eles possam andar mais rapido". A ordem é cuidar dos Amos e Elias e Eliseus de Deus, profetas pobres, servindo a comunidades carentes em regioes de risco.

Confira o blog do escritor: http://luizvcc.wordpress.com/

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- Clique no link para ver vídeo do livro "A INTELIGÊNCIA DO EVANGELHO"

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