Mesmo decepcionada com a 'quebra' da promessa feita pelo presidente Barack Obama, em priorizar a libertação do pastor Saeed Abedini como condição em acordo nuclear com o Irã, sua esposa Naghmeh Abedini considerou que a decisão "faz sentido", em declaração nesta quarta-feira (15).
"Você sabe que faz sentido. É algo que eles têm esclarecido a mim e outras famílias, desde o início, que ele não seria parte do acordo. Eles disseram isso. Cada vez que fui chamada ao Departamento de Estado e à Casa Branca tem sido assim", disse Naghmeh Abedini à CNN, depois de ouvir Obama explicando a um repórter porque o acordo não envolveu a libertação do pastor e de outros três americanos detidos no Irã.
"Ninguém está contente, nossos diplomatas e nossas equipes estão trabalhando diligentemente para tentar tirá-los", disse Obama em uma coletiva de imprensa na Casa Branca.
"Agora, se a questão é 'por quê nós não seguramos as negociações por causa das libertações', vamos pensar na lógica da situação. De repente o Irã percebe: 'Quer saber? Talvez podemos obter concessões adicionais além dos americanos, mantendo esses indivíduos'", considerou o presidente.
"E, a propósito, se tivéssemos deixado o acordo nuclear, nós ainda estaríamos na difícil tentativa de libertar essas pessoas", acrescentou Obama. "É por isso que essas questões não estão conectadas, mas estamos trabalhando todos os dias para tentar libertá-los e não vamos parar até que eles voltem para suas famílias."
Naghmeh disse que apesar de compreender a realidade das negociações, ela ainda tinha esperança de que "marginalizá-las" com as autoridades iranianas resultaria na libertação do marido. Ela também deixou claro que nunca pediu que a libertação de Saeed fosse parte do acordo nuclear.
"Eu sou uma das famílias que Obama se encontrou em janeiro deste ano, e vi sinceridade e preocupação quando nos encontramos. Ele se voltou aos meus dois filhos e disse que iria tentar fazer de tudo para trazer Saeed e outros americanos", disse Naghmeh. "Acho que o acordo nuclear tornou mais difícil. Nunca pedi para Saeed ser parte do negócio, mas eu esperava que, nos bastidores, sua libertação teria sido garantida pela influência que ainda temos com o governo do Irã".
Fé nas más circunstâncias
Naghmeh, que tem o marido preso no Irã por sua fé cristã desde 2012, diz que ela ficou "sensível" quando sua esperança não se concretizou esta semana, mas acredita que Obama está "preocupado".
"Foi difícil não ouvir boas notícias, eu acho que coloquei muita expectativa e esperança de que com o acordo, eu iria receber uma chamada dizendo que meu marido estava voltando para casa. Foi difícil ouvir que não", acrescentou.
Naghmeh observou que o marido continua se apoiando em sua fé cristã para permanecer forte na prisão, mas continua seu calvário doloroso.
"Ele está lá por causa de sua fé em Cristo e tem sido essa fé que dá força a minha família e à Saeed. Ele tem sido colocado em solitárias, ele teve dor física, ele sofreu espancamentos. E ele pode continuar por causa disso", disse Naghmeh.
"Ele é muito emocional, e ficou fora de quase quatro aniversários. A minha filha fará nove anos em poucos meses e ela tinha cinco anos da última vez que o viu. Isso é realmente duro para ele, porque ele perdeu tantos marcos de nossas crianças em crescimento."
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