A esposa de Saeed Abedini - pastor norte-americano preso no Irã - insiste em encontrar-se pessoalmente com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Em uma carta dirigida a Obama ontem, na última segunda-feira, 19/01, Naghmeh Abedini - que lutou incansavelmente pela libertação de seu marido, desde que este foi preso em 2012 - pediu que o presidente a marcasse uma reunião com ela, quando ele estiver cumprindo agenda sua cidade, na quarta-feira.
Obama irá à cidade de Boise, em Idaho, logo após seu Discurso do Estado da União, dado nesta terça-feira.
Em sua carta, Naghmeh recorreu ao presidente, pedindo que ele analisasse a situação do ponto de vista de um pai.
"Desde que o governo iraniano levou meu marido, Saeed Abedini, quase 3 anos atrás, eu estive orando e querendo me encontrar com você. Em cada uma das minhas viagens a Washington DC, eu esperava receber uma chamada, ou um convite para vê-lo e falar com você", escreveu ela.
"Te olhar nos olhos, para que você possa ver a dor penetrante que existe desde que meu marido foi para a prisão. Para ver meus filhos e saber que eles perderam o abraço de seu pai por quase três anos".
"Você é um pai", continuou Naghmeh. "Imagine a dor e a angústia que Saeed tem experimentado, sabendo que ele perdeu a chance de ver os filhos crescerem. A última vez que Saeed segurou sua filha nos braços, ela tinha 5 anos. Agora ela já está com 8. Imagine o choro dos meus filhos se repetindo todas as noites, só para eles acordarem todas as manhãs e verem a realidade que a ausência do pai não era um sonho ruim. Você é um pai, então eu peço que você imagine".
Pastor Saeed está cumprindo uma sentença de prisão de oito anos no Irã por "ameaçar a segurança do Estado". Ele começou a desenvolver comunidades cristãs na região. Os cristãos são proibidos de se reunirem em igrejas públicas no Irã, há mais de uma década. Ele foi preso pela primeira vez em 2009, porém mais tarde foi liberado após prometer parar formalmente de organizar igrejas domésticas no país.
Ele foi preso pela segunda vez ao retornar para o Irã em 2012, para ajudar a construir um orfanato secular estatal e ficou detido sem provas concretas que pudessem embasar as acusações até o mês de janeiro de 2013, quando recebeu sua sentença de oito anos.
Naghmeh desafiou repetidamente o governo dos EUA a falar com o seu marido, e criticou o fato de a administração falhar em responder com a urgência pedida por ativistas iranianos.
"Eu pensei que eu teria que lutar contra o governo iraniano. Eu nunca imaginei que eu teria que lutar contra meu próprio governo", disse ela durante uma audiência no Congresso em 2013 Washington.
Na carta da última segunda-feira, Naghmeh convidou Obama para viver de acordo com a sua promessa de proteger a América e os seus cidadãos.
"O meu marido ama este país", escreveu ela. "Você fala sobre a necessidade de proteger a liberdade religiosa e os direitos humanos. Saeed está preso apenas por causa de sua fé cristã. Meu marido não cometeu nenhum crime -... Ele escolheu exercer o seu direito dado por Deus para escolher sua própria fé".
A preocupação com Pastor Saeed cresceu após relatos de que ele tenha recebido tratamento brutal na prisão. O Irã tem uma longa história de abusos de direitos humanos e tem leis permitem a perseguição de comunidades minoritárias. O Líder Supremo do Irã, Ali Khamenei disse em um recente discurso, que igrejas domésticas, bem como o movimento Bahá'í - a estirpe do Islã - são formas de animosidade contra a nação.
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