“Estamos aprendendo a ser igreja em vez de fazer igreja”, diz pastor da cidade de Wuhan

O pastor Huang Lei contou que com o isolamento em razão do coronavírus, os cultos de sua igreja passaram a ser diários.

Fonte: Guiame, com informações da Portas Abertas (EUA)Atualizado: quarta-feira, 25 de março de 2020 às 11:56
Pastor Huang Lei contou que a pandemia do coronavírus acabou tornado a realização de cultos online diária. (Imagem: Youtube)
Pastor Huang Lei contou que a pandemia do coronavírus acabou tornado a realização de cultos online diária. (Imagem: Youtube)

Cristãos do mundo inteiro deixaram de se reunir fisicamente com suas igrejas no último final de semana e realizaram cultos online em razão da pandemia do coronavírus. Mas para milhões de cristãos perseguidos em todo o mundo, os cultos regulares em templos nunca foram uma opção. No entanto, eles encontram maneiras de ainda assim continuar cultuando a Deus.

O pastor Huang Lei lidera uma igreja na China em Wuhan, o epicentro do surto de coronavírus. Como um dos poucos líderes cristãos que ficou em Wuhan durante o surto, o Pastor Lei está falando sobre o que ele viu como resultado da pandemia.

A crise o forçou a olhar as coisas de maneira diferente, com nova visão. Sua igreja agora realiza apenas cultos online. O pastor Lei compartilha como a crise está gerando mais orações e aprofundando a comunidade.

"A epidemia não reduziu nossas reuniões. Estamos aprendendo a ser igreja, em vez de fazer igrejas", diz ele.

“Primeiro, temos mais de 50 grupos. Quase todos estão reunidos via internet. Oramos, estudamos a Bíblia, compartilhamos, testemunhamos, louvamos e adoramos. Entre eles, temos mais de 30 grupos que passam duas horas por dia, das 7h às 9h, para orar, adorar, compartilhar e testemunhar juntos. Isso é muito mais frequente do que nossas reuniões normais”, contou.

O pastor continuou contando que agora os cristãos estão em jejum e oração constantes, se revezando.

“Portanto, a epidemia não reduziu nossas reuniões. É o contrário. E há 24 horas de jejum e oração. E estamos fazendo uma oração a cada hora também. Então, acho que depois disso, muitos dos irmãos estarão mais dispostos a participar da comunicação com outros irmãos. Para encorajar um ao outro e compartilhar um com o outro”, explicou.

Pastor Lei também contou que as reuniões online estão encorajando muitos idosos - considerado grupo de risco da doença - que antes sentiam-se desmotivados e ficavam sozinhos em casa.

"É claro que agora temos mais tempo livre, todo mundo fica em casa, e isso nos deu a chance de fazer isso. Mas, normalmente, temos a reunião do grupo semanalmente e agora fazemos isso diariamente, às vezes até mais. Então, somos muito gratos por isso. E ouvimos dizer que nossos idosos e deficientes são gratos ao Senhor e são muito encorajados por esta oportunidade de reuniões on-line”, contou..

“Antes disso, eles se sentiam alienados, ficando em casa sozinhos, como se estivessem abandonados. Agora eles estão felizes com esta conexão mais forte entre irmãos. E eles estão mais conectados. Pouco a pouco, começaram a participar ativamente da reunião de oração on-line”, acrescentou.

Pastor Lei destacou que a pandemia acabou aproximando ainda mais os fiéis da igreja por ele liderada.

“Quanto aos líderes e diáconos do grupo, realizamos reuniões on-line cerca de duas vezes por semana. Os diáconos costumavam se reunir uma vez por mês e agora dobramos os encontros. Eu acho que isso está nos aproximando mais do que nunca. Oramos, compartilhamos informações e tomamos decisões juntos. O vírus não pode nos parar”, relatou.

“E outra coisa é que estamos orando com os ministros em Wuhan duas vezes por semana. Queremos nos conectar com ministros de toda a China por meio disso. Então essa é a situação por enquanto”, acrescentou.

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