EUA pedem que Índia proteja os cristãos e condena ataques contra minorias

O Congresso dos EUA pediu ao premiê da Índia, Narendra Modi, para tomar medidas contra a perseguição religiosa.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quinta-feira, 16 de agosto de 2018 às 14:12
Membro da casta Dalit, a mais baixa da Índia, sendo detido pela polícia na cidade de Ahmedabad. (Foto: Reuters)
Membro da casta Dalit, a mais baixa da Índia, sendo detido pela polícia na cidade de Ahmedabad. (Foto: Reuters)

Membros do Congresso dos Estados Unidos estão pedindo ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, para tomar medidas diante dos ataques violentos contra cristãos e outras minorias.

Em uma carta parlamentar enviada ao premiê indiano em 31 de julho, congressistas criticaram a violação dos direitos garantidos pela Constituição da Índia. O conteúdo foi desenvolvido em parceria com a organização International Christian Concern (ICC) e divulgado na última sexta-feira (10).

“Nossa preocupação está na falta de justiça e proteção para as minorias religiosas, e na impunidade que muitos agressores desfrutam”, declara a carta. “Os alvos das agressões e outras formas de assédio devem ser tratados com igualdade pelos policiais, e os agressores precisam ser responsabilizados por suas ações. Somente assim será possível fazer progressos para garantir a liberdade de religião e crença.”

A carta ainda lembra de um discurso feito por Modi em visita aos EUA em 2016, onde disse: “A ideia de que todos os cidadãos são iguais é um pilar central da Constituição americana. Nossos pais fundadores também compartilhavam a mesma crença e buscavam liberdade para todos os cidadãos da Índia”.

De acordo com o diretor de advocacia da ICC, Matias Perttula, a carta pode pressionar Modi a não apenas reconhecer que a perseguição religiosa existe, mas também tomar medidas concretas para mudar esta realidade.

“O primeiro-ministro deve condenar publicamente os ataques contra as minorias religiosas e implementar os procedimentos legais apropriados para responsabilizar os criminosos. A Índia deve tomar medidas tangíveis para lidar com o assunto em questão”, disse Perttula ao site The Christian Post.

Cristãos, sikhs e muçulmanos compõem juntos 20% da população da Índia. Os cristãos, em especial, são o grupo minoritário mais visado no país. Os frequentes ataques têm sido promovidos na maioria das vezes por radicais hindus, que destroem igrejas e agridem grupos inteiros de cristãos.

Leis manipuladas

Os EUA expressou uma grande preocupação com as leis “anti-conversão forçada” na Índia, argumentando que a legislação é explorada para acusar falsamente as minorias religiosas. Perttula revela que muitos cristãos são acusados ​​de violar essas leis apenas por terem tido uma conversa simples com alguém sobre sua fé.

“Essas leis incentivam os radicais hindus a fazerem acusações infundadas contra os cristãos, que acabam sofrendo as consequências”, observa.

Perttula ainda afirmou que o governo liderado pelo Partido Bharatiya Janata (BJP) tem uma grande responsabilidade pelos ataques, devido à mensagem nacionalista que defende.

“O BJP faz fortes declarações nacionalistas em seus comícios, que incentivam os radicais hindus a cometerem crimes e desfrutarem de uma perfeita impunidade. Os criminosos raramente são levados à justiça”, observou.

“Se os EUA e o Ocidente se importam de verdade com os direitos humanos, devem responsabilizar países como a Índia”, acrescentou Perttula. “A Índia é uma democracia que diz ter valores democráticos; é hora de começar a colocar os direitos humanos como prioridade na agenda.”

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